Pelo menos 700 investigações conduzidas pela Unidade de Inteligência Financeira — UIF (antigo COAF) foram paradas após uma decisão tomada por Dias Toffoli, atual presidente do Supremo Tribunal de Justiça. As informações são da Folha de São Paulo.
Segundo a reportagem, em julho deste ano Toffoli mandou suspender investigações criminais baseadas em informação do STF.
Dentre as investigações afetadas, a decisão teria levado a suspensão de 307 casos envolvendo apurações de ordem administrativa como sonegação, 151 relativos à lavagem de ativos obtidos ilicitamente, o que inclui corrupção, disse o site.
Além desses, outro caso que teria sido suspenso até novas decisões da Justiça, é uma ampla investigação sobre um suposto caso de lavagem de dinheiro com bitcoin que estava sendo analisado por grandes nomes da cripto comunidade no Brasil.
“O impacto é muito grande e variado. Atinge crimes de todos os tipos. Se você quer fazer uma investigação mais sofisticada de lavagem —e qualquer crime pode sem antecedente de lavagem—, precisa dos relatórios do Coaf e da Receita”, disse à Folha a subprocuradora-geral da República Luiza Frischeisen.
De acordo com a matéria, foi Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do atual presidente Jair Bolsonaro, quem pediu para que a decisão fosse tomada.
A decisão, no entanto, resultou na paralisação de uma apuração do Ministério Público do Rio de Janeiro sobre o político que estava sendo investigado por operações financeiras consideradas suspeitas.