O BRICs, cúpula de países de economias emergentes formado pelo Brasil, Rússia, Índia e China, está considerando o desenvolvimento de uma moeda digital para facilitar o comércio e reduzir a dependência em relação ao dólar americano.
Durante o encontro que aconteceu no Brasil nessa semana, nos dias 13 e 14 de novembro, o assunto girou ao redor do tema “O crescimento econômico para um futuro inovador”.
Após a conversa, o diretor do Fundo de Investimento Direto da Rússia (RDIF), Kirill Dmitriev, disse que o grupo apoia a ideia de desenvolver um sistema de pagamento em conjunto, segundo reportagem da Reuters:
“Um sistema eficiente de pagamentos do BRICS pode incentivar pagamentos em moedas nacionais e garantir pagamentos e investimentos sustentáveis entre nossos países, que representam mais de 20% da entrada global de investimento direto estrangeiro”, disse Dmitriev.
Na reunião, também foi discutida a possibilidade de criação de uma criptomoeda do BRICs, contou Dmitriev, que não deixou claro se a Rússia apoia a ideia ou não.
As autoridades do país que possui a maior extensão territorial do mundo, já se posicionaram contra qualquer criptomoeda, alertando que elas poderiam ser usadas em crimes como lavagem de dinheiro ou no financiamento do terrorismo.
Caso o BRICs decida pela criação da moeda digital, esta provavelmente será usada para facilitar transações comerciais, disse Nikita Kulikov, membro do conselho de especialistas da Duma do Estado e fundador da Organização Autônoma sem fins lucrativos PravoRobotov, em entrevista à RBC.
Ainda segundo Dmitriev, a associação já reduziu seu uso de dólares americanos em acordos de 92 para 50% nos últimos cinco anos, enquanto as transações baseadas em rublos russos aumentaram de 3 para 14%.
Formado em 2006, o objetivo do BRICs é impulsionar a cooperação econômica e política entre os países participantes.