Casa da Moeda está prestes a falir em 2020, admite presidente da estatal

Eduardo Sampaio, presidente da Casa da Moeda do Brasil (CMB), admitiu que a estatal está prestes a falir em 2020, após fechar as contas no vermelho pelo terceiro ano consecutivo em 2019, com um déficit de aproximadamente R$ 200 milhões.

As informações foram concedidas em entrevista ao jornal Valor Investe, onde o administrador de 39 anos, que ocupa a cadeira presidencial do CMB há seis meses, declarou:

“Se a Casa da Moeda continuar deficitária, ela será liquidada, e não privatizada”, referindo-se ao plano de venda da companhia proposto pelo Governo Federal.

Segundo ele, a companhia estará em estado pré-falimentar em outubro ou novembro deste ano. Essa fase começa com o pedido de falência e termina com a sentença declaratória do juiz.

A situação está feia

Com a crise que foi descoberta em 2015 devido a operação Vícios da Polícia Federal, que apurou a irregularidade de selos emitidos para a indústria de bebidas, na qual, como consequência, foi parada a produção que rendia R$ 1,5 bilhão por ano, a falta de rentabilidade da instituição foi exposta.

Conforme aponta a matéria, hoje em dia, as principais fontes de renda da Casa da Moeda são a impressão de cédulas para o Banco Central, moedas e medalhas, passaportes, selos postais e selos fiscais usados pela indústria tabagista, sendo a última categoria a mais lucrativa atualmente, segundo Sampaio.

Em 2017, a estatal teve R$ 117,6 milhões em prejuízo, segundo registros. Já em 2018, o valor foi para R$ 93,3 milhões, no entanto, mais que dobrou em 2019, quando as perdas superaram os R$ 200 milhões.

Cortes e redução de pessoal

Atualmente, a companhia conta com cerca de 2 mil funcionários, que representam cerca de R$ 500 milhões por ano na folha de pagamento – 46% do faturamento anual da instituição.

No entanto, uma das medidas na busca pela privatização para evitar que a CMB chegue à falência, é o corte de funcionários, que pode derrubar o número para 1.500. Além do corte de benefícios e do programa de demissão voluntária lançado em 2019, cujo 137 pessoas já aderiram.

“Retirar benefícios gera resistência interna, mas ter mais funcionários e com um custo acima do mercado torna difícil ter competitividade. Temos uma estratégia para tornar a Casa da Moeda competitiva, não importa quem seja o dono no futuro”, disse Sampaio ao Valor.

Caso a instituição chegue ao temido estado pré-falimentar, esta poderá ter que recorrer ao Tesouro Nacional para pagamento de salários, diz a reportagem.

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