O governo brasileiro age de maneira contraditória ao passo em que impostos sobre transações com criptomoedas receberão atenção especial na Reforma Tributária, e, simultaneamente, o presidente Jair Bolsonaro vai na contramão e quer oferecer benefício fiscal para as igrejas evangélicas.
Segundo reportagem do jornal Estado de São Paulo, Bolsonaro já fez outras “gentilezas” para a bancada evangélica no Congresso Nacional, que dá sustentação ao governo, e agora quer tarifas mais baratas na conta de luz para templos religiosos.
No entanto, ao baixar as tarifas cobradas das igrejas evangélicas, a conta cairia na mão de outros consumidores, o que é visto como um empecilho para o crescimento do país.
A declaração do Ministério das Minas e Energia sobre estar avaliando a concessão de benefício, provocou divergências com o Ministério da Economia, orientado por Paulo Guedes, que defende a redução de benefícios estatais desse tipo.
De acordo com José Tostes, secretário da Receita Federal, Guedes pretende priorizar a implementação de impostos sobre transações com bitcoin e outras criptomoedas no Brasil com a Reforma Tributária, o que pode vir a ser uma forma do governo “equilibrar” as contas futuramente, caso os religiosos de fato recebam o benefício.
Nessa situação, quem também sai ganhando é Bolsonaro, que já aprovou no Congresso uma lei de incentivos fiscais a igrejas até 2032 e liberou os templos de realizar as obras de adaptação para acessibilidade para portadores de necessidades especiais até o altar e o batistério, conforme aponta a reportagem.
As igrejas evangélicas já anunciaram que vão ajudar o atual presidente a coletar as quase 500 mil assinaturas necessárias para criar seu novo partido, o Aliança pelo Brasil.