Kleiton Alves, dono da empresa de investimentos A2 Trader, publicou um vídeo onde coloca na Urpay a culpa da falta de pagamento aos clientes.
A empresa sediada em Natal (RN), que é acusada de pirâmide financeira pelos próprios investidores, foi invadida e saqueada em novembro do ano passado, e desde então, Alves não havia dado as caras, até agora.
Em um vídeo publicado em seu perfil no Instagram, o CEO da A2 Trader afirma que a empresa deve R$7,5 milhões a 21,5 mil pessoas, e declara:
“O dinheiro de vocês, pessoal, não tá comigo, ao contrário do que todo mundo fala. Tá na Urpay”, afirma. “Já postei mais de uma vez para vocês verem que é real”.
A Urpay é um sistema de pagamentos utilizado por diversas empresas suspeitas de pirâmide financeira, incluindo a MoGuRo e a Unick Forex, considerada a maior pirâmide dos últimos tempos, tendo movimentado R$28 bilhões em dois anos de atividade, além de dever R$ 12 bilhões aos clientes, segundo a Polícia Federal.
Assim como a A2 Trader, a Unick também culpa a Urpay, mas de acordo com Kleiton Alves, os clientes da A2 não são os únicos prejudicados pelo dinheiro preso no hub de pagamentos.
O dono da empresa não paga os clientes desde a metade do ano passado, afirma que ele próprio perdeu R$ 2 milhões na Urpay.
Contudo, apesar da dívida milionária e centenas de processos judiciais movidos contra a A2 Trader, Alves comenta:
“Eu não vivo enterrado no buraco e nem vivo escondido. Eu vou para a praia, shopping, festa e para bar. Vivo uma vida normal”, disse.
Ele ressaltou que, embora a empresa tivesse 277 mil usuários cadastrados, sendo 180 mil usuários ativos, há 21,5 mil credores, e disse que está voltando para pagar essas pessoas por causa das mensagens positivas que vem recebendo.
Sobre uma possível volta da A2 Trader, Alves afirma:
“A A2 Trader não volta.”
A empresa dizia trabalhar no mercado Forex, com promessa de lucro diário de 4% ou até 160% em 40 dias úteis, e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu um processo administrativo para investigar a empresa em setembro do ano passado.
Em adição, o Ministério Público do Rio Grande do Norte moveu uma ação civil pública contra a empresa em novembro.
Nessa época, um cliente da empresa chegou a oferecer uma recompensa por informações sobre o paradeiro de Kleiton Alves.