Os clientes da Unick Forex seguem sem respostas e sem previsão de pagamento das dívidas quase 6 meses após a Operação Lamanai, deflagrada pela Polícia Federal em outubro do ano passado.
Mesmo com operação que levou à prisão dos sócios do esquema que deve cerca de R$12 bilhões a inúmeros clientes ao redor do Brasil, a expectativa de resolução para os valores devidos agora parece mais distante.
Conforme reportagem da GauchaZH, o processo criminal contra 15 pessoas associadas à Unick está com os prazos suspensos devido à pandemia do coronavírus, que tem impactado o mundo todo.
Além disso, audiências para ouvir as testemunhas foram canceladas, e uma associação de clientes que tenta ingressar na ação como assistente de acusação do Ministério Público Federal (MPF), teve o pedido negado em primeira instância.
O recurso, no entanto, aguarda julgamento pelo Tribunal Regional Federal da 4° Região (TRF4). Demetrius Teixeira, advogado da associação, afirma:
“Queremos ingressar como assistentes de acusação para pedir a condenação deles (dos réus) pelos crimes que cometeram. Desde o início, entendemos que os sócios e diretores da empresa estavam cometendo ilícitos.”
Teixeira também defende a reparação do dano financeiro aos clientes que ficaram sem o dinheiro investido.
Entre as vítimas do negócio que movimentou mais de R$28 bilhões em apenas dois anos de operações, há muitos que venderam bens pessoais para aplicar na Unick, além de pegar empréstimos que hoje não podem pagar.
Recentemente, veio à tona que a Polícia Federal gravou uma ligação de Leidimar Lopes, dono da Unick, onde ele afirma ter R$1 bilhão em uma plataforma online de pagamentos, meses antes da operação que derrubou o esquema.
Em vista da pandemia do Covid-19, a Justiça acatou o pedido de habeas corpus dos líderes da Unick, que foram soltos por não serem considerados perigosos para a sociedade.