A Monero, famosa criptomoeda focada em privacidade, oferece um nível de anonimato muito procurado no cenário tecnológico atual. No entanto, essa mesma funcionalidade tem levado a moeda a ser retirada de algumas exchanges ao redor do mundo.
Enquanto o anonimato pode ser visto como uma vantagem para os usuários, também é uma fonte de grande preocupação para as autoridades governamentais na medida em que pode ser explorada para atividades criminosas.
Na última quinta-feira (09), a exchange Huobi da Coréia retirou a Monero (XMR) de sua plataforma, citando “baixos volumes de negociação e funções de anonimato”. Embora não tenha sido a primeira exchange a excluir a XMR, a decisão pode ter sido tomada devido ao caso Nth Room.
Trata-se de um caso de distribuição de conteúdo com pornografia e abuso sexual de mulheres e crianças por meio de chats no aplicativo de mensagens criptografadas Telegram que explodiu na mídia mundial recentemente, depois da prisão do principal responsável, conhecido como ‘Baksa’, em 20 de março, na Coréia do Sul.
A relação entre os dois assuntos é que, para participar do chat, era preciso depositar uma quantia de 250 a 1.500 dólares que seria paga em Monero (XMR), moeda que foi considerada pelo Ministério das Finanças da Alemanha como “impossível” de rastrear em relatório divulgado em 2019.
Quem é o vilão?
Veja bem, o problema não é a criptomoeda em si, mas como algumas pessoas decidem usá-la, o que leva a um grande problema com as autoridades usam as atividades criminais como principal argumento para banir e/ou condenar o uso dos criptoativos como Bitcoin ou Monero.
De qualquer forma, casos como esse causam um grande impacto na forma em que a população vê as moedas digitais.
Segundo o jornal sul-coreano Sisi, a exchange Bithumb também está considerando retirar a Monero de sua plataforma. O artigo aponta ainda que a corretora tem uma política de excluir criptomoedas usadas primariamente para atos criminais, e um comitê interno estaria discutindo se a XMR cai nessa categoria ou não.
A Bithumb também é uma exchange coreana, no entanto, é a única que ainda tem a Monero em sua plataforma atualmente.
Em 2019, a corretora Upbit também retirou a moeda, citando preocupações com o anonimato da plataforma. No mesmo ano, a corretora polonesa BitBay tomou a mesma decisão, onde citou “preocupações com lavagem de dinheiro”.