Os membros da Unick Forex, suposta pirâmide financeira que movimentou R$28 bilhões, criaram um mecanismo para lavar o dinheiro captado dos investidores com aquisição de imóveis, conforme reportagem do Livecoins.
A Polícia Federal (PF) informou que um dos meios utilizados para ocultar o dinheiro dos investidores foi a aquisição de imóveis e terras.
O empresário Leidimar Lopes, presidente da Unick, e seus sócios, gastaram cerca de R$40 milhões na compra de imóveis de luxo, chácara, prédios e até um hotel.
Em relatório divulgado pela PF, “tudo o que movia a organização criminosa era o auferimento de vantagens financeiras, as quais, sabiam, não seriam eternas, e que, devido à origem ilícita como eram obtidas, deveriam ser guarnecidas, nos moldes que conhecemos como sendo de mecanismos de lavagem de dinheiro, por isso a compra de imóveis, a compra de bens móveis, entre outras ações de guarnecimento de patrimônio (…)”.
O imóvel mais caro, identificado pela Polícia Federal, custou R$15 milhões e foi adquirido pelo ex-diretor jurídico da Unick, Fernando Lusvarghi, por meio de sua empresa, S.A Capital.
Recentemente, o advogado fez uma live no YouTube divulgando serviços de coaching e consultoria, mesmo estando preso em regime domiciliar e com tornozeleira eletrônica.
Além do hotel, outros 11 imóveis foram comprados, oitos deles foram avaliados em R$8 milhões.
A Polícia Federal não encontrou o valor dos outros três imóveis comprados através dos sócios da Unick Forex.
O desembargador Leandro Paulsen, do Tribunal Regional Federal da 4ª região, mencionou em outubro de 2019 que Fernando Lusvarghi estaria colocando bens em nome de terceiros.
Lusvarghi diz que “seria coerente comentar (sobre o caso), pois o processo ainda segue em segredo de justiça” e afirma que nem ele e nem a esposa realizaram “lavagem de dinheiro para ninguém, muito menos para o grupo Unick”.
Leidimar Lopes também comprou uma cobertura com 250 metros quadrados e cinco vagas de garagem, para suas duas filhas.
A Unick Forex está desde 2018 captando clientes e ofertando investimentos no mercado financeiro com promessas de rendimento de até 4% ao dia.
Contudo, a empresa nunca teve autorização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para ofertar contratos de investimento coletivo.
Segundo o processo judicial, a empresa captou de forma ilegal quase R$30 bilhões.