Em seu Relatório Mensal de Atividades (RMA) sobre o Bitcoin Banco, fundado por Cláudio Oliveira, a EXM Partners, a administradora judicial do grupo, apontou à Justiça que a empresa desapareceu com 7 mil bitcoins que estavam em sua carteira.
Segundo reportagem do Portal do Bitcoin, de acordo com a EXM, dos 7.000,99930646 BTC (equivalentes a R$ 350 milhões na cotação desta quarta-feira, 6) disponíveis na wallet do Grupo Bitcoin Banco no final de 2019, restaram apenas 0,000006 BTC.
A irregularidade foi pontuada após a movimentação ser verificada ao consultar o site blockchain.com, e segundo a matéria, pode levar a uma investigação do Ministério Público.
Contudo, em contato com o Criptonizando, o Bitcoin Banco nega a possibilidade de investigação:
“Não existe nada configurado nesse sentido, uma vez que a justiça não terá que mobilizar nenhum instrumento jurídico para localizar os bitcoins, se o movimento foi realizado, é rastreável e foi apresentado ao Administrador Judicial. E será novamente apresentado a juíza”.
Embora a administradora judicial tenha se reunido com os membros do GBB para entender a situação, nada foi explicado e eventualmente foi apresentado um novo sistema, chamado “Bitcoin Core”, onde estariam os 7 mil bitcoins.
Contudo, a EXM não conseguiu acesso às carteiras ou ao histórico de movimentação da plataforma, e, por isso, entende que “não foi possível confirmar que as wallets de destino são de fato de titularidade/propriedade do Grupo Bitcoin Banco”.
Advogado pede a prisão de Cláudio Oliveira
Diante da situação, o advogado Thiago Oliveira Rieli, que representa 100 investidores do GBB, entrou com um pedido na terça-feira (05) para que a Justiça determine a prisão de Cláudio Oliveira, também conhecido como ‘Rei do Bitcoin’, caso a existência dos 7 mil “bitcoins autênticos” em poder da empresa não seja provada, reportou o Livecoins.
Também foi requerido um deferimento de busca e apreensão de todos os possíveis bitcoins custodiados no grupo e apreensão do passaporte suíço do empresário que conta com dupla cidadania.
Ex-diretor jurídico tem R$280 mil para receber
Ismair Couto, ex-diretor jurídico do Grupo Bitcoin Banco, também enviou uma petição pela busca e apreensão dos bitcoins da empresa, conforme apontou o Portal do Bitcoin.
O advogado tem R$280 mil a receber do Grupo pelo trabalho que desempenhou para a empresa, e acredita que o valor não será pago.
Nota GBB
MOVIMENTAÇÃO DE SALDOS DE BTC – O Grupo Bitcoin Banco informa que realizou o procedimento de transferência do saldo de 7.000,99930646 BTC da chave principal para aproximadamente outras 100 chaves pulverizadas, no sentido de proteger o ativo principal de seus credores de possíveis bloqueios judiciais. A movimentação foi justificada devido ao fato da suspensão temporária da Recuperação Judicial no início de 2020. O setor de compliance do GBB informa que o histórico da movimentação de criptomoedas será esclarecido e divulgado no próximo Relatório do Administrador Judicial – RMA.