As reservas da stablecoin TrueUSD estão chamando atenção, pois 99,7% de seus fundos estão sob a custódia do First Digital Trust, empresa que está formando um acordo com a SEC dos Estados Unidos.
Esse acordo não envolve a Techteryx, atual proprietária da TrueUSD, que continua refutando alegações de controle por Justin Sun, mesmo após declarações do ex-CEO da TrustLabs que indicam tentativas de aquisição da empresa pelo bilionário.
A auditoria das reservas também apontou questões sobre a transparência na avaliação dos investimentos feitos pela Moore Hong Kong, empresa por trás do TrueUSD.
A metodologia adotada pela companhia consiste em atribuir aos ativos um valor baseado no custo, sem considerar o valor de mercado real desses investimentos. Sendo assim, mesmo que o valor dos ativos despenque para zero, o relatório continuará a refletir seu valor original.
Mas, segundo a Techteryx, esses ativos podem não ser facilmente convertidos em dinheiro, dependendo das condições de mercado ou do desempenho do fundo.
Atualmente, US$ 495 milhões das reservas de TUSD são compostas por US$ 502 milhões em custódia no First Digital Trust e US$ 1 milhão em dinheiro.
TrueUSD vs SEC
Em setembro deste ano, a SEC chegou a um acordo com a TrueCoin LLC e a TrustToken Inc. após acusações relacionadas à venda do TrueUSD.
A Comissão identificou a TrueCoin como a emissora do TUSD e a TrustToken como a desenvolvedora do protocolo de empréstimos TrueFi. Embora ambas as empresas não tenham admitido nem negado as alegações, concordaram em pagar multas de US$ 163.766 cada uma.
Além disso, a TrueCoin concordou em devolver US$ 340.930 em uma ação de devolução de lucros ilícitos.
Entre novembro de 2020 e abril de 2023, a TrueCoin e a TrustToken estiveram envolvidas na oferta e venda não registrada de contratos de investimento através do TUSD no TrueFi, além de oportunidades de lucro relacionadas ao TrueUSD.
A SEC afirmou que as empresas “falsamente promoveram as oportunidades de investimento como seguras e confiáveis”, alegando que os ativos eram totalmente respaldados por dólares americanos ou equivalentes.
No entanto, a realidade mostrava que uma parte considerável dos ativos estava investida em fundos especulativos e de alto risco no exterior, com o objetivo de gerar retornos adicionais.
De acordo com a Comissão, até setembro de 2024, 99% das reservas cambiais que sustentam o TUSD estavam aplicadas em fundos especulativos.