O Mercado Bitcoin, exchange fundada em 2011, anunciou que irá tokenizar ativos alternativos.
O processo começará com precatórios, visando democratizar o acesso a ativos que podem ter alto rendimento, mas que apenas os grandes fundos de investimentos têm acesso, de acordo com a empresa.
O projeto, chamado MB|Digital Assets, já teve o primeiro lote de tokens colocado à venda para um grupo de 3 mil clientes e foi vendido em apenas três dias.
A exchange está criando uma espécie de token lastreado em ativos que não tenham característica de valor mobiliário (non-security assets, em inglês).
A empresa lançou um MVP com um precatório (neste caso, uma dívida pública do Estado de São Paulo no valor de R$ 1,6M), chamado de PSP01 em julho, e recebeu uma resposta positiva dos usuários.
Foram gerados 12 mil tokens, cada um no valor de 0,0083% do ativo de referência. Inicialmente, foi liberado para clientes selecionados e parceiros da exchange, um lote no valor de R$ 300 mil, que esgotou em menos de 24 horas.
Já no segundo lote, com uma base aleatória de 3 mil clientes, toda a quantia foi vendida em menos de três dias.
Os demais clientes poderão comprar os tokens no terceiro lote, equivalente a 50% do ativo, e negociá-los na exchange antes do vencimento do precatório.
Contudo, a exchange fará a recompra dos tokens emitidos e queimará todos eles assim que o precatório for pago pelo ente federativo.
Neste mês de agosto, a exchange disponibilizará dois novos ativos alternativos, com um modelo semelhante ao que existe com as criptomoedas listadas pela empresa, como Bitcoin, Litecoin, Bitcoin Cash, Ethereum e XRP).
Os ativos serão lançados ainda em modelo de protótipo, até que a plataforma esteja preparada para a negociação secundária, ainda no terceiro trimestre de 2019.
“Os tokens negociados na plataforma permitem oferecer este tipo de oportunidade para um público muito mais amplo. O investidor escolhe se quer adquirir R$100 ou R$500 mil. A partir de agora, o objetivo do Mercado Bitcoin é lançar até R$500 milhões esse ano em ativos alternativos tokenizados”, explicou o CEO da exchange, Marcos Alves.
A empresa, que pretende se tornar a maior plataforma de tokenização de ativos do Brasil, contou que a partir de R$ 100 será possível adquirir ‘cotas’ (1 token) do precatório.
Os precatórios podem render, em média, pelo menos 20% ao ano ou cerca de 320% em CDI. Tratam-se de ordens de pagamentos contra entes públicos, já reconhecidas pela Justiça, e em fase de liquidação.
“Imagina que você tem uma fração de um precatório de R$1 milhão e, por diversas razões, o ente federativo, adia o pagamento, então isso pode impactar a saúde do ativo, por isso estamos desenvolvendo uma cesta de precatórios e ativos alternativos com vários papéis dentro da cesta e com isso diluir o risco e também atrair outros investidores”, completou Alves.