Foragido desde a Operação Lamanai da Polícia Federal que desmantelou o esquema da Unick Forex, Fernando Marques Lusvarghi, diretor jurídico da empresa, estaria colocando os seus bens em nome de sua esposa e de outro ‘laranja’.
A informação, que foi adquirida por meio de interceptação telefônica feita pela PF, foi publicada em uma decisão de Leandro Paulsen, desembargador do Tribunal Regional Federal da 4° Região, na quarta-feira (23), conforme relatado pelo Livecoins.
No documento, o desembargador nega um pedido de habeas corpus feito pelo advogado de defesa de Lusvarghi, Nelson Wilians Fratoni Rodrigues.
A decisão que mantém o mandado de prisão temporária do diretor jurídico da empresa afirma que a investigação detectou que “Lusvarghi tem colocado todos os seus bens e participações em empresas em nome de terceiros, em especial no de sua esposa, Isabel Cristina do Prado Lusvarghi”.
Além disso, ele estaria utilizando outro ‘laranja’, chamado José Alexandre Noronha, “para não figurar no quadro social da empresa Brasil Investimentos (BRI Group)”, diz o documento.
Na sexta-feira (25), a Justiça Federal determinou a prisão preventiva de seis dos nove sócios da Unick que estavam em prisão temporária, no entanto, a PF não revelou os nomes.
Também não houve confirmação da PF sobre o paradeiro de Lusvarghi ou se a prisão temporária expedida em seu nome será transformada em preventiva.
Ainda não se sabe exatamente quais foram os bens adquiridos por ele através das atividades criminosas da Unick, portanto, sua prisão temporária serviria justamente para evitar a ocultação ou destruição do patrimônio.
Contudo, como Lusvarghi é um advogado, caso seja preso, ficará em uma sala de Estado-Maior, com janela e sem grandes, na sede da PF em Porto Alegre (RS).
A Unick Forex teria movimentado mais de R$ 10 bilhões entre janeiro de 2017 e dezembro de 2018 por meio da AS Capital LTDA, suposta seguradora de Lusvarghi que dava aval às operações da Unick, de acordo com a Receita Federal.