Como todos os criptoentusiastas já sabem, o having do bitcoin está cada vez mais próximo. O evento que aconteceu pela primeira vez em 2012 ocorre a cada quatro anos e reduz pela metade a recompensa na mineração.
Sendo assim, a próxima redução é esperada em maio de 2020, quando a recompensa por bloco minerado cairá de 12,5 BTC para 6,25, como uma forma de manter a inflação sob controle e imitar crescente a dificuldade de mineração do ouro.
Em um artigo do CoinDesk publicado neste domingo (10), a analista Noelle Acheson explica porquê o próximo halving pode não elevar o preço do bitcoin como fez da última vez.
O primeiro motivo é que alguns argumentam que o aumento já aconteceu devido a investidores mais estratégicos, quando o ativo subiu de US$ 3.000 para US$ 12.000 no início deste ano.
Segundo, porque o ecossistema do bitcoin hoje em dia é muito diferente do que era em halvings anteriores, quando o mercado de derivativos de criptomoeda ainda estava no início.
Outro argumento interessante é que o evento pode ser negativo se reduzir a lucratividade dos mineradores e obrigar os menores a deixarem o mercado. A centralização crescente da rede também é um problema citado.
Além disso, a analista aponta que nos mercados tradicionais, o preço é raramente uma função da oferta, sendo mais influenciado por demanda, enquanto o mercado cripto é dirigido pela narrativa, já que ainda não foi estabelecido um caso de uso fundamental.
Em suma, Acheson argumenta que a grande expectativa pelos impactos do halving pode estimular a demanda por bitcoin como um ativo de investimento — principalmente por novos investidores, influenciando seu preço.
Dessa forma, mesmo que os modelos orientados pela oferta tentem reescrever os princípios tradicionais de investimento, não significa que não haverá um rally no preço, confirmando a narrativa de que estes modelos estavam certos e aumentando o interesse dos investidores.
Neste caso, segundo o artigo, acabaríamos em um ciclo onde a narrativa influencia o preço e o preço influencia a narrativa.