O HSBC, maior banco da Europa, anunciou os planos de demissão de 35 mil funcionários após uma queda de 53% nos lucros líquidos da empresa em 2019. Com o foco em tecnologia, a instituição agora aposta na blockchain para modernizar suas operações.
Queda nos lucros e demissões
O banco britânico divulgou nesta terça-feira (18), que teve um lucro líquido de US$ 5,97 bilhões em 2019, o que representa uma queda de 53% nos ganhos registrados no ano anterior, com US$ 12,61 bilhões.
Segundo Noel Quinn, CEO interino do grupo, “alguns departamentos não estão produzindo rendimentos aceitáveis”. Como consequência, o HSBC implantará um plano radical de corte de custos que deve resultar na demissão de 35.000 pessoas.
A quantidade equivale a 15% de todos os funcionários da companhia que funciona mundialmente, e o plano será executado ao longo de três anos, disse Quinn ao Bloomberg News.
Os bancos tradicionais estão sentindo a pressão da ascensão dos bancos digitais e criptomoedas. Na semana passada, o presidente do Banco do Brasil, Rubens Novaes, que defende o uso da blockchain nas redes públicas, disse quea privatização da instituição será culpa do Nubank e bancos digitais.
Foco em blockchain
A restruturação do HSBC parece ter foco na modernização de suas operações, e aposta na tecnologia blockchain, do Bitcoin, para garantir o sucesso.
De acordo com um artigo publicado pela Reuters, a gigante global depositará US$ 20 bilhões (R$ 87 bilhões) em uma plataforma de custódia baseada em blockchain até março de 2020.
O investimento na empresa chamada Digital Vault, tem como objetivo dar aos investidores acesso em tempo real aos registros de títulos comprados no mercado privado. Por meio da digitalização destes registros para a blockchain, o tempo que levam as verificações ou consultas realizadas por investidores será otimizado.
Retorno ao Brasil
Depois de três anos fora do Brasil, desde a conclusão da venda da subsidiária local para o Bradesco, no ano passado o HSBC colocou em prática um plano para reconstruir suas operações no país.
A nova fase, no entanto, será focada apenas no segmento de atacado, como empréstimos, operações de banco de investimentos, tesouraria, comércio exterior e serviços para multinacionais e grandes empresas.
“O Brasil é um ponto de conectividade de importância mundial para alavancar negócios. Queremos montar um banco de atacado completo”, disse Alexandre Guião, presidente do HSBC no país ao jornal Valor.