Se deu mal: Gerente do Itaú que promovia pirâmide com Bitcoin ganha demissão

Uma gerente do Itaú Unibanco foi demitida por promover uma suposta pirâmide financeira com Bitcoin, prática que é crime no Brasil.

Segundo informações UOL, que teve acesso ao processo, parte da divulgação feita pela gerente de Relacionamento acontecia durante o horário de trabalho.

Nas redes sociais, a funcionária do Itaú oferecia pacotes de investimentos em criptomoedas com promessas de lucro de 65% ao mês – algo que, diga-se de passagem, vai muito além da realidade do mercado.

Outra tática usada era a promoção do negócio por meio de grupos no Whatsapp, onde a mulher tentava atrair novas vítimas para o esquema.

Após a descoberta, ela foi demitida por justa causa e recorreu à Justiça, mas perdeu em primeira instância.

Depois, recorreu ao TRT-2 (Tribunal Regional do Trabalho) da 2 ª Região e perdeu mais uma vez, segundo decisão publicada no início de março, aponta a matéria.

Sidenilson Santos Fontes, advogado da ex-funcionária do Itaú, alega que a decisão da Justiça foi absuda e que vai recorrer ao Tribunal Superior do Trabalho (TST).

De acordo com a defesa, ela não tinha contrato com o negócio e só teria oferecido o “pacote de investimento” para a mãe e alguns colegas, fora do horário de trabalho.

Segundo consta no processo, a ex-gerente disse também que não “ofereceu serviços a terceiros incompatíveis com o seu trabalho” e que “não há provas de que tenha feito tal prática durante a jornada de trabalho”, diz a reportagem.

Ela declara ainda que o banco “não pode e não tem o direito de invadir a privacidade de seus empregados, muito menos impedi-los de exercerem atividades outras fora do horário de expediente”.

Em adição, afirma que o Itaú teria enviado um e-mail a 300 funcionários informando o motivo da demissão, prejudicando sua imagem.

À UOL, o banco informou que possui procedimentos para identificar atos indevidos ou fraudes praticadas por colaboradores, e que a conduta da ex-gerente foi identificada e devidamente apurada, resultando em seu desligamento da instituição.

Além disso, aponta que além da divulgação de pirâmides financeiras ser uma prática ilegal, vai contra as políticas do banco.

A suposta pirâmide é a Profitmon, fundada em 2018 por Devanilson Nascimento do Espírito Santo e sediada em Aracaju (SE).

O negócio ofertava atividades de Forex e criptomoedas, e, segundo a Polícia Civil de Sergipe, faria parte de um grupo responsável por golpes envolvendo pirâmides financeiras com cripoativos.

O prejuízo estimado é de R$17 milhões, e o dono da Profitmon está foragido.


Disclaimer
As informações contidas neste artigo são de caráter informativo e refletem a opinião do autor. Não constituem aconselhamento financeiro, jurídico ou de investimento. O mercado de criptomoedas é volátil e envolve riscos. Faça sua própria pesquisa antes de tomar qualquer decisão.

Artigos relacionados

Laptop usado para rastrear e apreender bitcoins roubados da Bitfinex em 2016 vira peça de museu
icon novembro 20, 2024

Laptop usado para rastrear e apreender bitcoins roubados da Bitfinex em 2016 vira peça de museu

Escrito por Sabrina Coin
Suécia rotula exchanges de criptomoedas de "lavadoras de dinheiro profissionais"
icon novembro 20, 2024

Drex não será centralizado, afirma membro do Banco Central

Escrito por João Victor
República na Rússia enfrenta crise energética com fazendas de Bitcoin escondidas em cavernas
icon novembro 21, 2024

Rússia proíbe mineração durante o inverno em algumas regiões

Escrito por João Victor