A Petro, a criptomoeda estatal controlada pelo governo da Venezuela, não está tendo a aceitação que seu gabinete esperava, como sugerem os últimos relatórios. O seu criador, que agora vive no exílio, quer construir outra criptomoeda que consiga a adoção que sua criação original não teve em seu país natal.
De acordo com um relatório publicado pela Deutsche Welle, Gabriel Jimenez, um programador de 31 anos, está buscando uma “revolução da criptomoeda” na Venezuela com o Reserve, um token totalmente novo que ele criou.
Jimenez – agora residente nos Estados Unidos – não é um estranho para a comunidade de criptomoedas, nem para o governo de Nicolás Maduro, já que ele já foi encarregado de criar a Petro (PTR).
Curiosamente, ele não era um fã do governo, já que participou ativamente dos protestos de rua contra Maduro. No entanto, Jiménez achou que a criação do petro token era uma excelente ideia para dar aos venezuelanos “uma medida de liberdade”, contornando as sanções financeiras dos EUA.
Mas as expectativas de Jiménez se mostraram erradas. Ele comentou:
“Eu fui ingênuo na época e ainda me dói ver como o petro está sendo mal utilizado como arma política pelo governo.”
Além disso, a Deutsche Welle citou relatos de que funcionários do estado estão usando a petro para lavagem de dinheiro. Por conta desse e outros fatos, o programador de 31 anos acredita firmemente que a criação do ativo digital foi um erro.
Maduro e a Petro
Os esforços do governo venezuelano para tornar a criptomoeda acessível e amplamente aceita pela população estão nas manchetes desde o ano passado. Na verdade, apesar da controvérsia, a Venezuela foi o primeiro estado a implantar uma moeda digital do banco central (CBDC).
Em agosto de 2020, o Conselho Bolivariano de Prefeitos assinou o Acordo Nacional de Harmonização Tributária da Venezuela no domingo, colocando o petro como a unidade de conta para o pagamento de impostos e multas em 305 municípios.
Durante um discurso anual na Assembleia Nacional em janeiro de 2021, Maduro falou sobre um “renascimento” para o PTR, prometendo impulsionar uma agenda para a “economia digital 100% nacional” por meio de um “processo de digitalização completa”.
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