Um dos youtubers mais famosos e influentes do Brasil, Felipe Neto, lançou neste mês de junho uma plataforma para compra e venda de NFTs (imagens digitais únicas). Chamado 9Block, o site tem a ideia de facilitar e viabilizar a criação e negociação dessas criptoartes. Sendo que a nova plataforma pertence à Play9, agência de conteúdos de Felipe Neto, que tem como um dos principais sócios João Pedro Paes Leme, que está a frente desse projeto. A primeira coleção posta à venda no site tem o preço de R$ 100, onde está incluso um pacote com 250 cards referentes ao canal do influencer no Youtube, que já conta com mais de 42,3 milhões de inscritos.
Além deste pacote inicial, na loja da 9Block há outros cinco pacotes que serão desbloqueados ao longo dos dias, mas que ainda não tiveram seus preços revelados. E essas imagens poderão ser utilizadas pelos compradores em um perfil criado dentro da plataforma ou nas suas próprias redes sociais. “Esse é o caminho do futuro para coleções artísticas digitais. Cada arte é um token somente seu, impossível de ser copiado”, disse Felipe Neto em uma postagem no seu perfil no Twitter.
O que são as NFTs?
Elas são obras de artes digitais únicas ou “token não-fungiveis”, que são criadas através da blockchain da rede Ethereum. Essas imagens recebem um token de autenticidade digital, impedindo que elas sejam replicadas. Atualmente, esse é um mercado milionário e em plena ascensão, porém é de alto risco, já que a procura por esse tipo de arte pode diminuir drasticamente a qualquer momento, fazendo com que elas percam boa parte do seu valor. Ainda assim, o setor dos criptoativos tem crescido a cada dia, e as criptomoedas, por exemplo, têm sido aceitas com maior facilidade, tanto que até mesmo as plataformas de cassino com bônus tem procurado atender essa nova demanda, já que os usuários vêem nas moedas digitais uma alternativa de pagamento rápida, confiável e anônima.
Há pouco, um NFT de um dos memes mais famosos da internet, “menina olhando o incêndio na casa” foi vendido por aproximadamente R$ 2,5 milhões nos Estados Unidos. O valor elevado da peça se deve a singularidade da mesma, já que ter um NFT dela significa que o usuário possui a versão original da foto ou meme. E para os colecionadores de criptoartes, esse selo eletrônico é um negócio muito atrativo. Já Felipe Neto recomendou que seus seguidores estudassem o setor antes de fazerem qualquer aquisição das obras de arte digitais.
Tecnologia brasileira
A loja digital de NFTs utiliza a tecnologia blockchain brasileira “Hathor Network”, que foi desenvolvida em 2019 com base em uma tese de doutorado do CTO da companhia, Marcelo Salhab Brogliato, pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). A Startup que desenvolveu a tecnologia lançou recentemente o projeto Hathor.Green, que incentiva a utilização de energia renovável durante a mineração de bitcoins, já que este é uma das principais críticas feitas a essa prática, por conta do elevado consumo de energia que é aplicado para minerar as criptomoedas, ou seja, protocolar as transações que são realizadas pelos usuários e assim criar novos bitcoins.
O gasto excessivo de energia ocorre pois a mineração requer que os computadores realizem milhares de cálculos matemáticos em pouquíssimo tempo, para só assim encontrarem as soluções das equações complexas que são criadas o tempo todo pela blockchain – que se assemelha a uma livro caixa, onde ficam registrados todas as compras e vendas feitas com criptomoedas. E as NFTs são criadas utilizando o mesmo princípio. Segundo Felipe Neto, com a Hathor Network a emissão de carbono é praticamente zero, já que boa parte do poder de processamento que garante o funcionamento da tecnologia vem de outras redes, não aumentando o consumo de energia.