As criptomoedas, em especial as stablecoins e o setor DeFi, representam uma ameaça aos bancos centrais mundiais, de acordo com Benoit Coeuré, chefe do Centro de Inovação do Banco de Compensações Internacionais (BIS).
As Finanças Descentralizadas são um conjunto de produtos de cripto-ativos que replicam muitos serviços comuns nas finanças tradicionais, isso feito de maneira descentralizada, sem a necessidade de entidades centralizadas, como bancos e instituições financeiras.
“Os bancos centrais têm um trabalho a fazer – fornecer estabilidade de preços e estabilidade financeira – e devem manter sua capacidade de fazê-lo. Moedas digitais de banco central vão levar anos para ser implementadas, enquanto stablecoins e criptoativos já estão aqui “, disse Coeuré.
O executivo acredita firmemente nas moedas digitais do banco central (CBDCs) em oposição às stablecoins ou outros tipos de criptomoedas. Em um relatório publicado no início deste ano, o BIS disse que as stablecoins “tentam importar a credibilidade sendo lastreados em moedas reais”.
“Não se engane: stablecoins globais, plataformas DeFi e grandes empresas de tecnologia desafiarão os modelos dos bancos de qualquer maneira”, acrescentou.
CBDCs em desenvolvimento
A China é vista predominantemente como a nação líder mundial no que diz respeito à implantação de uma moeda digital para o banco central. Estima-se que mais de 80% dos bancos centrais estejam trabalhando no desenvolvimento de sua própria CBDC.
O yuan digital da China foi proposto pela primeira vez em 2017 e entrou na fase piloto em abril de 2020. Desde outubro do ano passado, o Banco do Povo da China (PBOC) enviou milhões de yuanes digitais para cidadãos de todo o país para teste do projeto.
Aqui no Brasil, o Banco Central já apresentou as diretrizes para o funcionamento do real digital, que deve ser implementado já nos próximos anos.
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