A executiva da Metamask, Bárbara Schorchit, diz que o Pix é uma ótima porta de entrada para o mercado de criptomoedas. Esta afirmação veio através de entrevista da gerente de produtos sênior da Metamask para o site Future of Money.
Sabemos que o Pix é um sistema de pagamentos e transferências criado pelo Banco Central do Brasil. No entanto, para Schorchit, a tecnologia pode contribuir para a expansão da adoção dos cirptoativos no país da América do Sul.
De acordo com Bárbara, a popularização do Pix no Brasil aproximou a população brasileira de sistemas de pagamentos digitais. Afinal, além de ser um sistema disruptivo e inovador, o Pix pode facilitar a compreensão da lógica dos criptoativos:
“Com o Pix, a população brasileira já conseguiu aprender muito sobre as formas de transacionar digitalmente o dinheiro, com QR Codes, códigos e chaves Pix. Isso facilita muito quando você vai passar para o mundo cripto. Dar esse passo do Pix para cripto é muito mais fácil”.
Adoção de novas tecnologias pelo brasileiro também é evidenciado por executiva da Metamask
Outro ponto evidenciado na entrevista é a disposição dos brasileiros para adotarem novas tecnologias. Sendo essa é uma das razões para o crescimento da popularidade das criptomoedas no Brasil.
Segundo recente análise da empresa de dados on-chain Chainalysis, o Brasil está na 7ª posição do ranking global de adoção de criptomoedas. Além disso, o Brasil ocupa a 2ª posição do ranking global de adoção de NFTs (tokens não fungíveis), segundo o portal Statista.
Em julho, a empresa responsável pela MetaMask, a ConsenSys, divulgou dados mostrando que o Brasil é o segundo maior mercado global do principal aplicativo para conexão com protocolos da Web3, com os EUA em primeiro lugar.
Para Bárbara:
“Já faz um tempo que percebemos que o Brasil é um mercado bem relevante para a MetaMask. É um dos nossos principais mercados de usuários, e com isso tivemos o grande interesse de facilitar o uso da nossa plataforma por esses usuários”.
Integração Pix e Metamask
A Metamask anunciou há uma semana a integração do Pix à sua interface. Seja como for, a partir do anúncio a carteira digital passou a viabilizar a negociação de criptomoedas diretamente através do seu aplicativo
Essa integração torna desnecessário a intermediação de uma exchange de criptomoedas para tal intuito. Contudo, a partir deste momento, o real é a primeira moeda oficial de um país a ter suporte da carteira.
“Antes de lançarmos a integração com o Pix, o processo que o usuário teria seria comprar cripto em uma corretora, depois mandar a cripto para a MetaMask.”
O objetivo da Metamask é de aproximar a Web3 ao cotidiano das pessoas através de casos de uso reais, disse Bárbara:
“Vejo um futuro com pessoas utilizando a MetaMask para fazer pagamentos, comprar produtos físicos, mas eu acho que esse futuro está além do que oferecemos hoje. Vamos precisar facilitar o acesso aos serviços e aprimorar a interface com o usuário ainda mais.”
Finalizando, Schorchit visualiza um futuro em que os criptoativos mais populares serão as stablecoins, devido à facilidade de uso no dia-a-dia:
“Nem todos os usuários podem querer lidar com a volatilidade do mercado no dia a dia. Então as stablecoins terão um papel importante. Isso pode acontecer tanto através de uma versão do real em forma de stablecoin ou do Real Digital, a CBDC que está sendo desenvolvida pelo governo brasileiro, dependendo do quão interoperável ele for”.
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