Após um artigo na última quinta-feira (6), comparando a estratégia do grupo Bitcoin Banco com o serviço da Minerworld para ressarcir seus clientes, o Portal do Bitcoin recebeu um pedido judicial de retirada da notícia. Contudo, quem perdeu foi o Grupo.
Para o Bitcoin Banco, que controla a NegocieCoins, Tem BTC e Bat Exchange, a matéria do site prejudicou “a imagem da empresa perante seus clientes, assemelhando a atividade exercida pela Autora, como a exercida pela Minerworld, empresa que está sendo investigada pelo cometimento de crime contra a economia popular”.
Sendo assim, o grupo pedia para que o Portal retirasse a notícia e pedisse desculpas pela publicação.
No entanto, de acordo com a decisão do juiz Alexandre Bucci, retirar a publicação do ar pode ser configurado como um pedido de censura prévia contra o site.
Portanto, o pedido foi negado e a justiça o classificou a medida como “descabida”.
Segundo o juiz, no momento não é possível valorar se há ou não abuso na matéria, sendo assim, “não se pode compactuar com providências de retirada de reportagens”.
Consequentemente, a matéria em questão ficará no ar até que o processo seja julgado.
Essa não é a primeira tentativa de censura do Bitcoin Banco
De acordo com o Portal do Bitcoin, essa não é a primeira vez que o Grupo Bitcoin Banco tenta retirar notícias do site.
Em abril de 2018, a empresa enviou ao portal uma notificação extrajudicial com pedido de retirada de um artigo que apontou indícios de que o volume de transações da NegocieCoins era falso.
A publicação não foi retirada do ar, mas o site ofereceu um artigo como direito de resposta, e o grupo aceitou, explicou o portal. Um ano depois, em maio de 2019, o CoinMarketCap excluiu o volume de transações da corretora.
O mesmo aconteceu depois de outra publicação em fevereiro deste ano, onde o portal noticiava que a LeaxCoin, criptomoeda vendida pelo Bitcoin Banco, havia caído de aproximadamente R$ 3 para apenas R$ 0,03 em um dia.
O site conta que se recusou a retirar a publicação do ar.
Caso Bitcoin Banco
As exchanges do Grupo estão desde o dia 17 de maio com os saques praticamente travados. Saques de até R$ 10 mil foram liberados por pessoa, mas saques de Bitcoin não.
Em 28 de maio, a Bat Exchange anunciou que entraria em manutenção por tempo indeterminado sem explicar os motivos.
Na última quarta-feira (5), a justiça bloqueou mais R$ 5.942.117,83 das contas das empresas do Grupo devido aos obstáculos que os clientes vinham enfrentando.