No último domingo (16), o economista Joaquim Levy se demitiu da presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), após o presidente Jair Bolsonaro afirmar, em entrevista, que Levy estava “com a cabeça a prêmio” há algum tempo.
A declaração do presidente da república aconteceu no sábado (15), em relação à contratação do novo diretor de Mercado de Capitais, o advogado Marcos Babosa Pinto, da qual Bolsonaro não aprovou.
“Levy nomeou Marcos Pinto para função no BNDES. Já estou por aqui com o Levy. Falei para ele: Levy, demite esse cara na segunda ou eu demito você sem passar pelo Guedes (…) Levy está com a cabeça a prêmio há algum tempo”, disse Bolsonaro.
Levy vai se dedicar à Blockchain
Em declaração ao Valor, o agora ex-presidente da BNDES afirmou que já tem planos para as próximas semanas.
Levy pretende se dedicar a alguns cursos que já vinha “namorando” desde o ano passado, sobre inteligência artificial e blockchain, informou o site.
O uso de ambas as tecnologias pelo BNDES já vinha sendo incentivado pelo economista, que inclusive citou a blockchain em eventos ao falar sobre inovação.
“A blockchain é um tipo de tecnologia com potencial de transformar não só o ambiente de negócios, mas também a vida das pessoas.“
Presidente da Câmara dos Deputados falou sobre o assunto

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse ter descoberto sobre a saída de Levy pela imprensa e afirma que ficou “perplexo” com o tratamento dado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, ao agora ex-presidente do BNDES.
Durante evento promovido pelo canal BandNews nesta segunda-feira (17), Maia declarou:
“Uma pena [o país] ter perdido um nome como o Joaquim Levy. Em especial, a forma como ele saiu foi uma covardia sem precedentes”
Paulo Guedes, por sua vez, disse ao G1 que Bolsonaro ficou “angustiado” porque Levy escolheu “nomes ligados ao PT” para fazer parte da equipe.
BNDES Token
Atualmente o BNDES está realizando testes com seu token. Trata-se de um projeto de stablecoin do BNDES lançado no ano passado, que tem como objetivo o “rastreamento de aplicação de recursos públicos em operações de crédito com entes públicos e operações não-reembolsáveis”.
A ideia é promover a transparência, dando acesso à população sobre como esses recursos estão promovendo o desenvolvimento do país.