Alguns profissionais de tecnologia da Meta participaram recentemente do Metatech Podcast. Sheran Lin, gerente de engenharia de software da Meta, e Rafael Misoczki, especialista em criptografia, discutiram o impacto da computação quântica nos sistemas baseados em criptografia clássica.
A criptografia clássica é a base de praticamente todos os sistemas de computação modernos. Tanto sistemas privados de empresa, quanto redes blockchain dependem destes algoritmos de criptografia. Por exemplo, o Bitcoin utiliza o algoritmo Sha-256 como um dos pilares de segurança da rede.
É a criptografia assimétrica que impede que uma chave pública não possa ser convertida em uma chave privada. No entanto, a computação quântica tem o potencial de desestabilizar estes sistemas.
Na visão dos especialistas da Meta, estes problemas devem ser resolvidos com antecedência, dado a importância destes algoritmos para a humanidade.
Sheran Lin afirmou que a Meta está trabalhando com agências de padronização, como NIST, ISO e IETF para permitir uma revisão apropriada dos algoritmos de criptografia pós-quântica.
Já existem algoritmos resistentes à computação quântica disponíveis no mercado. No entanto, eles ainda não foram testados e implementados em massa. Lin destacou que a Meta está criando seus próprios algoritmos de criptografia híbridos.
Rafael Misoczki apontou que ainda não existem computadores quânticos capazes de quebrar a criptografia dos algoritmos existentes. No entanto, desenvolver uma solução para este problema é “prioridade máxima” dada a rápida evolução da computação quântica.
Notavelmente, alguns estudos apontam que a criptografia quântica pode ser um problema para as redes blockchain já nos próximos 10 anos.
Mark Webber e estudantes do Ion Quantum Technology Group da Universidade de Sussex concluíram que os computadores quânticos precisam ser um milhão de vezes maiores do que são atualmente antes de quebrar o algoritmo SHA-256 do Bitcoin.
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