O mercado de criptomoedas está acompanhando o desenrolar das eleições presidenciais dos Estados Unidos, dado o potencial impacto que o resultado pode ter na indústria blockchain.
Contudo, Vishal Sacheendran, diretor de mercados regionais da Binance, acredita que o efeito dessa eleição pode ser menos significativo do que o setor espera, pelo menos em termos de regulamentação global de ativos digitais.
Durante o Token2049, em uma entrevista para o The Block, Sacheendran destacou que as regulamentações de criptomoedas tendem a ser “completamente descentralizadas”. Assim, ele questionou se os resultados eleitorais nos EUA realmente influenciariam diretamente como o Oriente Médio, a América Latina e o Sudeste Asiático lidam com o mercado cripto. Segundo o diretor, cada país tem sua própria abordagem sobre o que é melhor para o setor local.
Cripto pelo mundo
Sacheendran também mencionou o papel importante que Singapura, Tailândia, Indonésia e Índia desempenham atualmente no ecossistema cripto da Ásia. Esses países têm se mostrado receptivos ao desenvolvimento de talentos ligados à Web3, algo importante para fomentar o crescimento desse mercado.
A Índia, em especial, se destaca pela criação de uma estrutura regulatória voltada para criptomoedas, que potencialmente beneficiará sua população de 1,5 bilhão de habitantes. Enquanto isso, a Tailândia vem implementando regulamentações favoráveis aos criptoativos, como a possibilidade de que fundos locais invistam em ETFs spot de Bitcoin nos EUA e a isenção de impostos sobre transações de varejo no setor cripto.
Além disso, a Indonésia tem avançado em regulamentações voltadas para a indústria, criando um ambiente receptivo à inovação. A criação de “vistos para nômades digitais” na Tailândia e a acessibilidade econômica da Indonésia são fatores que, segundo Sacheendran, ajudam esses países a atrair talentos e empresas Web3.
O Oriente Médio, especialmente Abu Dhabi, também tem se mostrado um importante centro de regulamentação de criptoativos.
O modelo regulatório adotado em Abu Dhabi foi apontado por Sacheendran como uma inspiração para a Austrália e o Bahrein, que estão desenvolvendo suas próprias estruturas regulatórias com base na capital dos Emirados Árabes Unidos.