Mundo caminha para uma recessão, aponta presidente do Banco Central Europeu

Mundo caminha para uma recessão, aponta presidente do Banco Central Europeu
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A presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, alertou sobre os riscos de uma recessão global, traçando paralelos com a Grande Depressão de 1929.

Diferente da década de 1920, quando a adoção inflexível do padrão-ouro levou a colapsos bancários e a uma espiral deflacionária, Lagarde destaca que, hoje, o cenário é moldado por três grandes crises.

Primeiro, a pandemia de COVID-19, a pior desde a gripe espanhola. Em segundo lugar, o conflito na Ucrânia, que é o maior enfrentamento em solo europeu desde a Segunda Guerra Mundial. E, por fim, uma crise energética comparável ao choque do petróleo dos anos 1970.

Esses fatores geraram interrupções nas cadeias de suprimentos globais e um enfraquecimento do comércio internacional, além de um cenário tecnológico em mudança acelerada, com o qual o mundo luta para acompanhar.

Apesar disso, Lagarde reconheceu que a economia global está em uma posição mais favorável para lidar com essas mudanças estruturais.

Inflação na zona euro e economia fragilizada nos EUA

Com a pandemia e o conflito na Ucrânia afetando o fornecimento de energia, os preços dispararam na zona euro. Em resposta, o Banco Central Europeu aumentou as taxas de juros, o que ajudou a controlar a inflação, que caiu de um pico de 10,6% em outubro de 2022 para 2,2% em agosto de 2023.

Lagarde descreveu essa fase como um “teste extremo de estresse” para os bancos centrais, ressaltando que a rápida queda da inflação ocorreu sem causar uma grande perda de empregos — pelo contrário, 2,8 milhões de novos postos de trabalho foram criados na zona do euro desde o final de 2022.

Outro sinal de alerta destacado por especialistas é a chamada “curva de juros”, ferramenta utilizada para prever recessões.

A curva costuma indicar uma recessão iminente quando os juros de curto prazo ultrapassam os de longo prazo. Esse índice permaneceu invertido nos últimos dois anos nos Estados Unidos. Embora tenha voltado ao normal, isso não tranquilizou economistas, que acreditam que uma desaceleração nos EUA ainda é inevitável, agravada pelo endividamento do país.

No Japão, a situação é diferente. O Banco Central do país asiático manteve as taxas de juros de curto prazo em 0,25%, sinalizando uma recuperação econômica lenta, mas constante.

Apesar das incertezas globais, o consumo privado no Japão aumentou, e o iene manteve-se relativamente estável em relação ao dólar. No entanto, há especulações de que o BoJ pode aumentar as taxas de juros ainda este ano, em resposta às pressões inflacionárias globais.

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