Outubro trouxe um peso adicional para os consumidores brasileiros, com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) apresentando uma aceleração de 0,54%. Este resultado foi divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os dados destacam que o IPCA-15 superou a expectativa de alta de 0,50% prevista por analistas da Reuters, após uma elevação de 0,13% em setembro. Nos últimos 12 meses, a inflação acumulada atingiu 4,47%, em comparação a 4,12% do mês anterior, posicionando-se quase no teto da meta de inflação, que é de 3%, com uma tolerância de 1,5 ponto percentual.
Os grandes vilões
Um dos principais motores desse aumento foi o setor de Habitação, que viu os preços subirem 1,72% em outubro, um grande salto em relação ao aumento de 0,50% observado no mês anterior.
Os preços da energia elétrica residencial, em particular, foram responsáveis pela maior pressão, com um crescimento de 5,29% nas contas de luz. Essa alta é reflexo da bandeira tarifária vermelha patamar 2, imposta pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que traz um acréscimo considerável nas tarifas.
Os custos de Alimentação e Bebidas também contribuíram para a elevação do índice, apresentando um aumento de 0,87%, após uma variação de 0,05% em setembro. Dentro deste grupo, a alimentação no domicílio teve um aumento de 0,95% em outubro, após três meses de quedas nos preços, com destaque para os saltos nos preços do contra filé (5,42%), café moído (4,58%) e leite longa vida (2,00%).
No entanto, nem todos os setores apresentaram alta. O grupo de Transportes registrou uma queda de 0,33%, em comparação ao recuo de 0,08% em setembro, principalmente devido à redução de 11,40% nos preços das passagens aéreas.
Mas e agora?
Para combater a inflação e estabilizar as expectativas econômicas, o Banco Central iniciou, em setembro, um ciclo de alta da taxa de juros, elevando a Selic em 0,25 ponto percentual para 10,75%. A próxima reunião da autoridade monetária está agendada para o início de novembro, quando os dados completos do IPCA de outubro estarão disponíveis.
Segundo o Focus do Banco Central, as projeções do mercado apontam que a inflação pode encerrar o ano com uma alta acumulada de 4,50%, exatamente no teto da meta, enquanto a Selic deve alcançar 11,75%.