As taxas de juros no crédito rotativo dos cartões de crédito continuam elevadas, atingindo 438,4% ao ano para famílias em setembro, mesmo com as políticas governamentais que visam limitar o uso dessa modalidade.
O Banco Central informou que a taxa do crédito rotativo subiu 11,5 pontos percentuais (p.p) para consumidores no último mês, enquanto o crédito parcelado no cartão alcançou 185,8% ao ano.
No entanto, nos últimos 12 meses, a taxa do crédito rotativo passou por uma pequena queda de 2,7 p.p.
Panorama do crédito livre
No contexto do crédito livre, a taxa média subiu 0,5 p.p em setembro, fechando em 52,4% ao ano. Contudo, houve uma queda acumulada de 4,9 p.p no ano, impulsionada pela redução dos juros em financiamentos de veículos e crédito consignado.
Para as empresas, as taxas de juros do crédito livre tiveram uma redução de 0,3 p.p em setembro, chegando a 20,7% ao ano. A diminuição é atribuída às taxas de capital de giro com prazos curtos e ao crédito rotativo, que recuou 29 p.p em 12 meses. Do lado negativo, o cheque especial subiu 6,5 p.p no mês.
Taxa de juros no crédito direcionado
No crédito direcionado, utilizado para fins específicos de habitação e investimentos rurais, a taxa média para pessoas físicas caiu, situando-se em 9,9% ao ano. As empresas também registraram uma queda em setembro, com juros médios a 10,3% ao ano.
Segundo a Agência Brasil, esse tipo de crédito, com regras definidas pelo governo e juros subsidiados, continua sendo uma opção mais acessível para investimentos estratégicos.
Aumento do endividamento e níveis de inadimplência estáveis
O endividamento das famílias brasileiras atingiu 47,9% da renda acumulada, enquanto o comprometimento com dívidas representa 26,8%.
Mesmo com as elevações no crédito, a inadimplência permanece relativamente estável, com uma taxa de 3,2% para pessoas físicas e 2,4% para empresas.
Saldo total de crédito
As concessões de crédito cresceram 2,2% em setembro, alcançando R$ 636,4 bilhões. O saldo total de crédito no Sistema Financeiro Nacional chegou a R$ 6,179 trilhões, representando um aumento anual de 9,9%, impulsionado pelo crescimento no crédito livre.
Já o crédito ampliado, que abrange todas as fontes financeiras disponíveis, subiu 12,6% em 12 meses, totalizando R$ 17,486 trilhões.