Após a aprovação do primeiro ETF spot de Ethereum nos Estados Unidos, a principal altcoin do mercado ainda enfrenta desafios para se estabelecer como opção de investimento em Wall Street.
Segundo Leena ElDeeb, analista da gestora de ativos cripto 21Shares, o Ethereum (ETH) permanece subvalorizado aos olhos de investidores tradicionais, sendo bastante desconhecido ou incompreendido no setor financeiro mais conservador.
Para ElDeeb, o atual cenário lembra a trajetória da Amazon nos anos 90, quando a empresa era vista apenas como uma loja de livros online antes de se tornar a gigante de tecnologia avaliada em mais de US$ 2 trilhões.
“Assim como a Amazon transformou o mercado, o Ethereum tem potencial para revolucionar setores que hoje nem imaginamos”.
O cenário de “espera pelo reconhecimento” está refletido nos números da criptomoeda: com uma capitalização de mercado de US$ 320 bilhões, o Ethereum representa apenas uma fração do valor de grandes empresas de tecnologia. Esse dado, para ElDeeb, mostra tanto as oportunidades quanto os obstáculos que o ETH ainda enfrenta.
Um gigante ainda adormecido
Federico Brokate, vice-presidente da 21Shares, também compara a evolução da Amazon à do Ethereum.
A gigante do e-commerce começou como uma plataforma modesta e transformou o setor de varejo e serviços digitais; o Ethereum foi lançado como um protocolo para contratos inteligentes e, desde então, alimenta um ecossistema de finanças descentralizadas (DeFi) que já movimenta US$ 140 bilhões.
“Assim como a Amazon expandiu além de seu propósito inicial, o Ethereum tem o potencial de definir novas indústrias, indo muito além do seu papel atual nas finanças descentralizadas”.
Essa capacidade de transformação, segundo Brokate, ainda é pouco compreendida por investidores de curto prazo, que aguardam uma maior clareza sobre as aplicações e a evolução do ETH antes de se comprometerem com os ETFs recém-aprovados.