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A maioria das altcoins não se recuperou de 2017, e o mesmo deve ocorrer novamente

Altcoins - criptomoedas - bitcoin

Em maio de 2020, o Bitcoin passou por mais um halving, evento na rede em que a taxa de emissão de moedas é cortada pela metade, passando de 12,5 btc / bloco para 6,25 btc / bloco. Como resultado de uma diminuição na oferta líquida de btc, passamos por mais um forte ciclo de adoção, seguida por uma “temporada de alta das altcoins”, semelhante aos eventos de 2017.

Desde o início do Bitcoin, os ciclos de adoção da criptomoeda foram mais ou menos semelhantes. O halving é responsável por diminuir a oferta de bitcoins por parte dos mineradores, o que torna o ativo mais escasso, o que acaba sendo precificado pelo mercado.

Essa nova precificação, a especulação em torno da diminuição da inflação da rede e a entrada de novos players são fatores que se retroalimentam trazendo uma nova onda de adoção e FOMO (Medo de ficar de fora).

A segunda fase do mercado, que ocorre após a consolidação de um bull market do Bitcoin, trouxe em 2017 e em 2021 altas significativas para o mercado de altcoins, com retornos exponenciais trazendo ganhos expressivos em um curto período de tempo.

Muito deste movimento pode ser atribuído ao excesso de confiança dos investidores, a bolhas especulativas alimentadas pelos participantes das redes e a ideia de que “o bitcoin está caro demais”, fazendo com que muitos busquem por alternativas para a maior criptomoeda do mundo.

Mercado de baixa

O mercado de baixa de 2018 foi diretamente proporcional à euforia das altas de 2017. Muitos ativos que subiram vertiginosamente tiveram quedas acentuadas de 70%, 80%, 90%, e alguns foram a zero, como é o caso do BitConnect.

Uma captura de tela do Wayback Machine de 1 de dezembro de 2017 mostra a lista com as maiores criptomoedas da época.

Com exceção de Ethereum e Cardano, a maioria das altcoins não chegou nem perto de bater a sua máxima histórica de 2017. Algumas chegaram perto, como Litecoin e Monero, mas apenas desabaram após alcançar a alta de 4 anos atrás.

O que explica isso?

Definitivamente a esmagadora maioria das altcoins não possuem o mesmo efeito de rede do Bitcoin ou do Ethereum. E a dificuldade de se atingir novas máximas pode ser explicada por alguns fatores.

Muitos desses projetos surgem com o principal incentivo sendo a ganância. A maioria surge com pré-mineração ou acumulação por parte de pequenos grupos e baleias antes do seu lançamento. Quando é conveniente para esses grupos de desenvolvimento, muitas dessas moedas são despejadas no mercado, provocando um colapso nos preços.

O segundo ponto é que a escassez digital só se cria uma vez. Se a escassez pode ser infinitamente replicada por times de desenvolvimentos arrojados, antenados nas palavras da moda (buzz word), não existe escassez. O que faz o ouro escasso não é somente a sua oferta limitada em nosso planeta, mas o seu histórico e aceitação como reserva de valor soberana ao longo da história.

O terceiro ponto é a evolução do protocolo do Bitcoin e das redes de segunda e terceira camada que o compõem. Muitas altcoins surgiram durante a alta de 2017 sob a narrativa de serem o “novo Bitcoin”, visando resolver problemas de escalabilidade e outros supostos problemas da rede.

Contudo, com a criação de novas tecnologias para o BTC, como a Lighting Network, Liquid, RSK, sidechains e atualizações na camada base do protocolo (SegWit e Taproot), o Bitcoin resolveu diversas das dores apontadas por estes projetos.

Um novo futuro pela frente?

As narrativas em torno das altcoins mudaram novamente ao decorrer de 2020 e 2021. Agora, a maioria delas busca ser uma concorrente mais otimizada para o Ethereum, a segunda maior criptomoeda em capitalização de mercado. A mudança dos algoritmos de consenso de Proof of Work (Prova de Trabalho) para Proof of Stake (Prova de Aposta) é certamente o principal sinalizador dessa mudança de foco.

Ademais, novos casos de uso para a tecnologia, como NFTs, cripto-jogos e metaverso estão se tornando a narrativa da vez. O sucesso dessas tecnologias e a sua obliteração ou não por parte do Bitcoin dependerá de dois fatores.

  1. Se essas tecnologias vão de fato ganhar adoção sustentável a longo prazo, diferente de diversas narrativas que surgiram no ecossistema das criptomoedas nos últimos anos.
  2. Se as tecnologias da rede Bitcoin não vão se desenvolver para abraçar esses casos de uso.

Nenhuma das duas me arrisco a prever. A utilidade real dessas tecnologias, bem como a capacidade do Bitcoin de sugar os mercados a sua volta, só será observada no longo prazo. 

Talvez um cenário semelhante à bolha.com dos anos 2000 esteja se formando, onde muito valor foi obliterado do mercado. Ainda assim, a revolução tecnológica seguiu o seu caminho, alterando de forma drástica a economia e os mercado globais.

Endereço de BTC: 14i1WG55R26rimJUGBtFWMPMiuBdB527v1

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