A advogada Anic de Almeida Peixoto Herdy, de 55 anos, teria sido sequestrada em 29 de fevereiro. Por sua vez, a família da vítima pagou um resgate de R$ 4,6 milhões em bitcoin. No entanto, Anic ainda não foi liberada.
O sequestro só foi informado à polícia em 14 de março, cerca de duas semanas após o desaparecimento. Segundo relatos, esta demora se deu por conta das ameaças feitas pelos sequestradores.
Benjamim Cordeiro Herdy, marido de Anic, alegou que os sequestradores estavam o vigiando de perto, uma vez que eles detalham as roupas que estava vestindo, bem como em qual cômodo estava durante uma chamada telefônica.
O caso está sendo investigado pela 105ª DP de Petrópolis e pela Delegacia Antissequestro (DAS). As investigações parecem estar caminhando, uma vez que quatro suspeitos já foram presos.
Um deles é Lourival Correa Netto Fatiga, amigo da família, e que mediou as negociações e os pagamentos em bitcoin. No entanto, Fatiga nega envolvimento no crime.
O MPRJ destaca que suspeita que a vítima tenha sido levada à óbito, motivo pelo qual ela não foi libertada:
“De acordo com as investigações, o mentor do crime, funcionário da família das vítimas há aproximadamente três anos, aproveitando-se da confiança nele depositada pela família e do conhecimento sobre a sua rotina, arquitetou o plano criminoso e contou com o auxílio dos filhos e de uma mulher, com quem mantinha relacionamento amoroso, para sua execução”,
Segundo relatado, Fatiga orientou a aquisição dos bitcoins, que foram feitas inicialmente através da compra de dólares:
“A inicial da ação penal também destaca que o marido da mulher desaparecida realizou mais de quarenta transferências bancárias por orientação do funcionário e em contas por ele indicadas para aquisição de dólares, também para pagamento do resgate.”
Naturalmente, a família está receosa com os três meses de desaparecimento:
“São praticamente três meses sem notícias a respeito dela, e a cada dia que passa a dor da família é ampliada pela preocupação sobre o que pode ter acontecido com Anic”, declarou o advogado da família.
Sequestro com criptomoedas
Devido à possibilidade de anonimato, as criptomoedas podem ser opções viáveis para uma série de crimes, como sequestro e extorsão. Este não foi o primeiro sequestro envolvendo criptomoedas no Brasil.
Em 2017, a esposa do empresário Rocelo Lopes foi sequestrada. Os criminosos exigiram um pagamento de R$ 115 milhões em bitcoin, e posteriormente aceitaram receber R$ 5 milhões. No entanto, a polícia conseguiu encontrar os criminosos antes do pagamento ser efetuado.