Jan Nieuwenhuijs, pesquisador do mercado de ouro, previu que o preço do metal precioso pode ultrapassar US$ 8.000 durante a próxima década, à medida que os bancos centrais mudam suas preferências por ativos mais sólidos.
Nieuwenhuijs acredita que o atual conflito entre a Ucrânia e a Rússia e a guerra global contra a inflação provocarão uma mudança na composição das reservas de governos.
Como parte de sua análise, que considera a porcentagem histórica de ouro mantida pelos bancos centrais como uma métrica chave, Nieuwenhuijs afirma:
“Os bancos centrais em geral têm uma fé incomum no câmbio, já que a porcentagem de ouro nas reservas totais representou 16% em 2022, contra uma média histórica de 59%. Esses bancos centrais, no entanto, começam a perder a confiança nas moedas emitidas por seus pares.”
De acordo com seu modelo, se os bancos centrais estocarem 51% de suas reservas em ouro, o preço do ouro chegaria a US$ 10.000 por onça troy.
No entanto, Nieuwenhuijs esclarece que, embora os bancos centrais liderem essa compra de ouro, os bancos privados e outras organizações também seguirão a tendência.
Em 2022, os bancos centrais compraram uma quantidade recorde de ouro, com reservas subindo 1.136 toneladas, enquanto as reservas mantidas na forma de moedas estrangeiras caíram US$ 950 bilhões.
Somente no terceiro trimestre de 2022, cerca de 400 toneladas de ouro foram compradas pelos bancos centrais, de acordo com relatórios do World Gold Council.
Em 2 de março, o World Gold Council informou que a demanda por ouro proveniente dos bancos centrais continuou forte em 2023, já que 31 toneladas do precioso mineral foram adicionadas pelos bancos centrais em janeiro. A Turquia foi o país que mais comprou ouro, adquirindo 23 toneladas.