A dominância da exchange de criptomoedas Upbit no mercado sul-coreano está sob escrutínio após preocupações levantadas sobre sua parceria com o banco digital K-Bank.
Em uma reunião da Assembleia Nacional, o legislador Lee Kang-il destacou a influência da Upbit e sua concentração de depósitos no K-Bank, questionando o impacto desse relacionamento no sistema financeiro do país.
Segundo relatórios da mídia local, a Upbit representa 20% dos 22 trilhões de KRW (US$ 16,3 bilhões) em depósitos no K-Bank.
Lee alertou que a interrupção nas transações da exchange de criptomoedas poderia desencadear uma corrida bancária no K-Bank, levando a uma instabilidade financeira no banco.
Além disso, o legislador criticou a relação entre as duas empresas, questionando a sustentabilidade de um banco com uma margem de lucro inferior a 1% oferecer uma taxa de 2,1% para os depósitos dos clientes da Upbit. Lee acredita que essa parceria viola o princípio da separação entre finanças e indústria.
Em resposta, o presidente da Comissão de Serviços Financeiros da Coreia do Sul, Kim Byung-hwan, afirmou que a revisão do IPO do K-Bank está sendo conduzida com rigor e que a situação da Upbit será analisada de forma abrangente pelo comitê de ativos virtuais do governo.
A Comissão também está avaliando medidas rigorosas para a regulação de stablecoins, em linha com as preocupações sobre o impacto das criptomoedas no sistema financeiro do país.
A ascensão da Upbit
Fundada em 2017, a Upbit tornou-se a principal exchange de criptomoedas da Coreia do Sul, com um volume diário de negociação de US$ 1,2 bilhão, segundo dados do CoinGecko.
Em março de 2024, durante o pico das criptos, o volume de negociações da plataforma chegou a US$ 15 bilhões. A Upbit atualmente domina 80% do mercado de criptomoedas do país, colocando-a entre as cinco maiores exchanges do mundo.
Sua principal concorrente na Coreia do Sul, a Bithumb, registra um volume diário de negociação de US$ 700 milhões.