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Bancos aumentam taxas de juros em até 44% durante a pandemia no Brasil

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Mesmo com a pandemia do novo coronavirus que assola o Brasil e a forte queda da Selic, bancos tradicionais aumentaram as taxas de juros em até 44%, aponta estudo.

O estudo, realizado pela startup Capital Empreendedor com base em dados do Banco Central, revela que o aumento ocorreu nas linhas de crédito para empresas entre março e o fim maio de 2020.

A pesquisa avaliou as seis principais linhas de crédito concedidas a pessoas jurídicas pelos cinco maiores bancos (Banco do Brasil, Bradesco, Caixa, Itaú e Santander).

Embora as taxas tenham caído no geral, algumas instituições bancárias têm ido na contramão e aumentado os juros de determinadas linhas em até 44%, confira:

O capital de giro com prazo de até 365 dias teve uma redução média de 43%. Só o Banco do Brasil aumentou, de 0,85% para 0,88% (+4%).

No caso do capital de giro com prazo superior a 365 dias, houve uma redução média de 15%. Só o Bradesco aumentou, de 1,52% para 1,6% (+5%).

Conta garantida teve uma redução média de 11%. Só o Banco do Brasil aumentou, de 2,29% para 2,44% (+7%).

Para o cheque especial, houve uma redução média de 2%. Só o Itaú aumentou, de 13,29% para 13,58% (+2%). O Banco do Brasil indicou diminuição inferior a 1%.

Na linha de antecipação de recebíveis de cartão de crédito, houve uma redução média de 20%. Só o Banco do Brasil aumentou, de 0,54% para 0,78% por mês (alta de 44%).

Desconto de duplicatas foi a única linha em que todos reduziram, com redução média de 24%.

Os bancos, no entanto, negam que as taxas para micro e pequenos negócios tenham aumentado.

A pesquisa usou dados de 10 de março, véspera da declaração de pandemia pela OMS (Organização Mundial da Saúde), a 20 de maio, período em que o Copom (Comitê de Política Monetária) baixou a taxa Selic em 29%, de 4,25% para 3% ao ano.

Segundo Juliano Graff, cofundador da Capital Empreendedor e coordenador do estudo, o impacto é maior para o pequeno empreendedor, aponta publicação da UOL.

“[O problema] não é nem acompanharem a Selic. Os bancos nunca acompanham a Selic. [Mas] quando o mercado de crédito sofre um choque como ele sofreu [por causa da pandemia], os pequenos são os que mais vão sentir”, afirma.

Isso porque empresas pequenas têm mais dificuldade para sobreviver com a renda parcial ou totalmente comprometida.

Para Michael Viriato, professor de Finanças do Insper-SP, o aumento é natural, pois em tempos de crise aumenta o risco de calote e a taxa Selic não é a única a ser avaliada.

“A taxa Selic é só uma das taxas a serem avaliadas para a curva de juros. Há outras que envolvem cálculos de seis meses, um ano, dois anos, assim por diante. Um banco, quando vai emprestar dinheiro, leva em consideração esta flutuação, não apenas a Selic”, disse.

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