Brasileirão: Clube de futebol está sem time após calote de criptomoeda vegana

Depois de fechar um acordo que nunca foi cumprido com uma empresa britânica de criptomoeda, um clube de futebol está sem time para jogar o Campeonato Brasileiro de Futebol Feminino (Brasileirão) no final do mês.

Quem está passando por este perrengue é o Esporte Clube Iranduba, considerado um dos destaques do futebol feminino no país.

A equipe do Amazonas levou um calote após fechar contrato, no final de 2018, com a empresa VeganNation, que divulgava sua criptomoeda vegana VeganCoin.

Sem o dinheiro prometido do patrocínio, o Clube não pôde manter destaques como a jogadora Andressinha, da seleção brasileira, e a colombiana Yoreli Rincon, campeã da Libertadores.

Para não encerrar sua atuação, o Iranduba apelou para a Confederação Brasileira de Futebol, à Federação Amazonense de Futebol e outros clubes do Brasil, tendo promovido até um crowdfunding online, aponta o Cointelegraph.

Com a estréia marcada para 30 de agosto contra o Vitória, o Clube conseguiu R$ 120.000 com a CBF e quitou as dívidas com a comissão técnica.

Seis atletas no time

Lauro Tentartini, diretor do clube, contou à Agência Brasil que tem cerca de seis atletas no time, mas diz que vai colocar a equipe em campo:

“Vou ser bem sincero, eu tenho cinco, seis atletas no BID hoje. Eu garanto que o Iranduba vai colocar um time em campo, mas não sei dizer qual”, admite.

Tentartini diz que “teria que contratar atletas, procurar no futebol amador, no futsal”.

“Estou buscando soluções e vendo como vamos participar do campeonato. É uma situação bastante preocupante, que tira o sono da gente”, afirma. 

Moeda nunca foi lançada

O diretor contou que foi procurado pela VeganNation em dezembro de 2018, “com a equipe no auge, tendo sido terceira colocada na Copa Libertadores”.

“Na época, eles me falaram que fariam o lançamento de uma moeda virtual, a ‘VeganCoin’. A ideia era fazer uma campanha de marketing sobre a importância da preservação da Amazônia”, explica. “Eles estavam fechando também contratos com o Remo, Paysandu, Nacional.”

A empresa britânica dizia que “o Iranduba era o ‘escolhido’ no futebol feminino” e o pagamento do acordo de patrocínio para maio de 2019 “seria através dessa moeda virtual”, contou Tentartini.

Contudo, o prazo foi prorrogado e o pagamento nunca foi efetuado, assim como a indenização prevista em contrato.

“Eles argumentam que passaram as criptomoedas. Mas isso é mentira. Passaram apenas a meta. Mas elas também não foram lançadas no mercado, ou seja, elas têm o mesmo valor de um cheque sem fundo”, ressalta. “Nós levamos um golpe.”

O clube agora processa a VeganNation:

“Sabemos que vamos travar uma longa batalha judicial, mas foi a única forma que encontrarmos. Estamos tentando algumas reuniões pra fazer o clube se manter vivo no restante da temporada.”

Por outro lado, Isaac Thomas, diretor-executivo do negócio sediado em Londres, afirma que “a empresa se esforçou para cumprir todas as obrigações do contrato e que não deve mais nada ao clube”.

Disclaimer
As informações contidas neste artigo são de caráter informativo e refletem a opinião do autor. Não constituem aconselhamento financeiro, jurídico ou de investimento. O mercado de criptomoedas é volátil e envolve riscos. Faça sua própria pesquisa antes de tomar qualquer decisão.

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