O Departamento de Justiça dos EUA anunciou na última sexta-feira (16) que o associado da “Cryptoqueen” Ruja Ignatova e co-fundador da OneCoin, Karl Sebastian Greenwood, se declarou culpado de acusações federais de fraude eletrônica e lavagem de dinheiro em conexão com o golpe da OneCoin.
“Como fundador e líder da OneCoin, Karl Sebastian Greenwood operou um dos maiores esquemas de fraude internacional já perpetrados”, disse o procurador dos EUA, Damian Williams, em comunicado.
“Greenwood e seus co-conspiradores, incluindo a fugitiva Ruja Ignatova, enganaram vítimas inocentes em bilhões de dólares, alegando que OneCoin seria o ‘assassino de Bitcoin’. Na verdade, OneCoins eram totalmente inúteis.”
O golpe da OneCoin
Lançado em 2014 por Ruja Ignatova e Greenwood, o OneCoin foi comercializado e vendido como uma criptomoeda minerável por meio de uma rede global de marketing multinível. Os membros recebiam comissões por recrutar outras pessoas para comprar pacotes de “criptomoeda”. Ao contrário do Bitcoin, Ethereum ou Dogecoin, o OneCoin não era minerável porque seu blockchain não existia.
Greenwood foi preso na Tailândia em julho de 2018 e extraditado para os Estados Unidos em outubro de 2018. Ignatova foi vista pela última vez embarcando em um voo comercial para Atenas, na Grécia, em 2017. Em junho de 2022, Ignatova, que não era vista desde outubro de 2017, foi adicionada à lista dos dez mais procurados do FBI.
A agência diz que Greenwood atuou como o “distribuidor mestre global” e líder da rede de marketing multinível por meio da qual a criptomoeda fraudulenta foi comercializada e vendida. De acordo com o Departamento de Justiça, as vítimas investiram mais de US$ 4 bilhões em todo o mundo no golpe.
Williams diz que as declarações feitas por Greenwood foram projetadas para levar as pessoas comuns em todo o mundo a gastar seu dinheiro suado e encher seus próprios bolsos no valor de centenas de milhões de dólares. Williams também aponta para e-mails entre Greenwood e outros operadores OneCoin detalhando sua “estratégia de saída” do golpe.
Em 7 de dezembro de 2022, os documentos foram abertos no Distrito Sul de Nova York a pedido de Williams. O documento detalha as acusações de conspiração para cometer fraude eletrônica e lavagem de dinheiro contra o ex-oficial de inteligência de Luxemburgo, Frank Schneider, que atuou como gerente de crise da OneCoin após uma audiência do grande júri em 2020.
Embora a história da Cryptoqueen tenha sido ofuscada pelo colapso de várias empresas proeminentes de criptomoedas, incluindo a FTX, Ignatova continua sendo um fascínio contínuo entre os viciados em crimes do tempo. Em fevereiro de 2022, o Deadline informou que a história de Ruja Ignatova e OneCoin está sendo adaptada para a televisão.
“Esta declaração de culpa do cofundador da OneCoin encerra uma semana na SDNY, enviando uma mensagem clara de que estamos indo atrás de todos aqueles que procuram explorar o ecossistema de criptomoedas por meio de fraude, não importa quão grande ou sofisticado você seja”, disse Williams.
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