Pesquisadores da Fundação Getúlio Vargas (FGV) realizaram um estudo com mais de 98 mil traders que revelou que viver de day trade não é tão glamuroso assim, após quase 100% dos indivíduos pesquisados saírem no prejuízo.
No ano passado, foi publicado o estudo original, com um resultado diferente. A pesquisa, conduzida com um número significativamente menor, 19.696 pessoas entre 2013 e 2015, apontava que o número de investidores que sucediam em suas operações era de 91%.
A nova pesquisa atualizada, no entanto, contou com a participação de 98.378 pessoas que operaram com ações entre 2013 e 2018.
Com mais dados, Fernando Chague e Bruno Giovannetti, professores da Escola de Economia de São Paulo da FGV, chegaram à conclusão de que 99,43% dos day traders no Brasil estão perdendo dinheiro.
Dentre os indivíduos pesquisados, apenas 8 conseguiram ganhar mais de R$ 160 por dia em média, enquanto 97.824 desistiram de operar como day traders.
“De um total de 98.378 indivíduos, apenas 554 persistiram por mais de 300 pregões.”
O resultado aponta que a desistência sugere prejuízo, e vai além, revelando que a realidade é muito diferente do que é ostentado nas mídias sociais:
“Considerando-se os day-traders que persistiram (operaram por mais de 300 pregões), a performance média foi negativa”, diz o estudo.
Dos 554 que continuaram as atividades, apenas 76 tiveram média de lucro acima de R$ 300 por dia.
“A média do ‘lucro bruto diário médio’ entre os 554 indivíduos é 49 reais negativos e a mediana 62 reais negativos”, mostra o estudo.
Destas quase 100 mil pessoas, apenas 127 conseguiram um ‘lucro bruto diário médio’ acima de R$ 100.