No início de 2020, a epidemia de coronavírus estava limitada apenas à China, mas rapidamente se espalhou para o resto do mundo. Para parar esta crise de saúde, muitos países implementaram medidas de contenção. Tais medidas causaram uma crise econômica sem precedentes. As restrições afetaram todas as áreas de produção, causando um choque de demanda mundial.
Lockdowns tiveram enorme efeito na economia
Isso resultou em um declínio sem precedentes na oferta e na demanda. O progresso em direção ao crescimento estagnou. A Covid-19 causou uma forte deterioração no mercado de trabalho em muitos países. Os países tomaram muitas medidas e ofereceram facilidades de crédito para apoiar o público. O governo trabalhou para reduzir as taxas de juros nos bancos e entrou em contato com os bancos centrais.
Começaremos fazendo um inventário ainda parcial da situação econômica e da extensão da recessão no primeiro trimestre de 2020, com base em informações estatísticas sobre a situação em março.
Obviamente, esses indicadores devem ser interpretados com cautela. Os instrumentos estatísticos tradicionais, em particular, lutam para refletir plenamente a situação macroeconômica diante de um impacto.
A análise da transmissão do impacto entre setores de atividade e diferentes economias é realizada na segunda etapa. Aqui, estimar o impacto de fechamento de um mês permite calibrar o ajuste no mercado de trabalho.
Dados iniciais divulgados pelas contas nacionais
No final de abril e meados de maio, os Institutos Nacionais de Estatística dos Países Desenvolvidos publicaram a primeira versão das contas do primeiro trimestre.
Nos números de crescimento, é possível ver os impactos econômicos das restrições nas duas últimas semanas do trimestre.
Entre os países industrializados que publicaram os primeiros resultados, Estados Unidos e Reino Unido parecem ser menos afetados do que os países europeus. Entre esses, França, Itália e Espanha apresentaram as maiores quedas.
Essas desigualdades observadas pelo efeito da pandemia no crescimento se devem principalmente às situações internas às quais estão expostas.
Também dependem da composição setorial do valor agregado e, em particular, do peso dos serviços do mercado afetado pela quarentena. Também pode ser explicado pelo grau de abertura dos países e pelas diferentes exposições a choques por parte dos seus parceiros comerciais, bem como pelo peso do turismo (alojamento e restauração) na economia.
Por fim, no contexto sem precedentes da crise do Covid-19, pode gerar problemas no estabelecimento das contas nacionais e na forma como os institutos nacionais de estatística estão abordam as dificuldades inerentes à situação.
A maioria destes aponta que os resultados precisam ser revistos. A experiência passada demonstra a dificuldade de mensurar o impacto de grandes choques na atividade econômica.
Por uma medida do passado, as revisões entre a primeira versão lançada durante a grande recessão e a versão atual quase sempre foram negativas.
O processo de revisão das contas do primeiro trimestre de 2020 também começou um mês após a publicação das versões preliminares.
Todos os países revisaram suas contas. Alguns desceram, outros subiram. De qualquer forma, o processo de revisão é apenas o começo.
Apresentação dos indicadores
Embora as estimativas iniciais das contas nacionais não fossem precisas, elas foram aprimoradas pelas medidas tomadas no primeiro trimestre por conta dos lockdowns. Considerando a multiplicidade e dificuldade das medidas, é bastante difícil detalhar todas as decisões tomadas.
Pesquisadores da Universidade de Oxford e da Blavatnik School of Public criaram um indicador que mede o rigor das respostas do governo. Este indicador tentou resumir as medidas de contenção adotadas em 163 países de acordo com dois tipos de critérios.
Primeiro; a gravidade da restrição para cada medida listada (fechamento de escolas, empresas, limitação de reuniões, cancelamento de eventos públicos, prisão domiciliar, fechamento de transporte público, restrição de viagens domésticas e internacionais), a segunda é a natureza local ou generalizada da cada medida em um país
Entre as medidas, destacam-se as duas áreas que tiveram maior impacto na atividade: o encerramento de escolas (que impede os pais de trabalharem para cuidar dos filhos se não estiverem em home office) e o encerramento de empresas e comércios.
De acordo com a metodologia desenvolvida pela Universidade de Oxford, a gravidade das medidas é caracterizada em uma escala convencional que varia de 0 (medida inexistente) a 3 ou 4 em suas aplicações mais restritivas.
Além disso, dependendo se uma medida permanece local para a economia ou simplesmente geograficamente, seu impacto na atividade pode ser diferenciado como uma característica que consideramos.
A partir desses indicadores, podemos avaliar a gravidade das quarentenas por país em termos da restrição imposta pelas medidas de fechamento e sua generalização.
Após as medidas iniciais de contenção da China em janeiro, a Europa rapidamente se tornou o epicentro da pandemia, levando os países a adotar gradualmente medidas de bloqueio.
A Itália foi o primeiro país desenvolvido a tomar essas medidas: fechamentos muito restritivos, limitados localmente a cerca de 50.000 pessoas a partir de 22 de fevereiro, foram estendidos às regiões da Lombardia e Veneto em 8 de março e implementados em todo o país a partir de 10 de março
Outros países europeus seguiram a Itália para evitar a propagação do vírus diante do aumento da capacidade hospitalar. A gravidade do fechamento de negócios na Alemanha permaneceu baixa e implementada mais tarde do que em outros países.
Por outro lado, o encerramento das escolas foi implementado em duas fases. Os Estados Unidos mostraram uma postura branda com a ausência de medidas generalizadas no primeiro trimestre, mesmo levando ao fechamento completo de escolas e negócios não essenciais. Entre os países desenvolvidos, apenas a Suécia se destaca pela falta de fortes medidas de contenção. Como resultado, a economia foi fortemente afetada pelo Covid-19.
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