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Empresas venderam cerca de US$29 bilhões em bitcoin

Conforme observado nos últimos meses, o bitcoin (BTC) tem passado por altas volatilidades. 

A criptomoeda primária experimentou uma grande correção no primeiro semestre de 2022, com uma queda de 48%, de acordo com os dados do CoinMarketCap. Segundo a pesquisa da Arcane, o fator principal dessa queda foi a forte pressão de venda que as baleias institucionais fizeram da criptomoeda primária. 

O relatório informou que, desde 10 de maio, até 236.237 bitcoins, no valor de US$5,452 bilhões, foram vendidos por grandes instituições,  principalmente como resultado de vendas forçadas.

“236.237 Bitcoins. Essa foi a quantidade de bitcoins que foram vendidos desde o dia 10 de maio por grandes instituições. A maior parte das vendas é relacionada a vendas forçadas, algumas não”, apontou o  tweet da Arcane Research. 

A pesquisa informou que os primeiros passos foram dados por Do Kwon, CEO da Terraform Labs, empresa por trás do desenvolvimento do LUNAC e USTC. Em maio deste ano (2022), tanto o token como a stablecoin algorítmica passaram por um colapso, quando o preço do USTC começou a perder o peg com o dólar americano. 

Com o ocorrido, o token LUNAC não tinha forças para manter a “stablecoin” na marca devida, e Do Kwon começou a se desfazer de suas posições de BTC. Como resultado, além de causar um grande prejuízo para os investidores das altcoins do ecossistema, o empresário trouxe uma grande dor de cabeça para os detentores de bitcoin, pela grande influência de venda que causou no mercado. 

“Tudo começou com Do Kwon. Quando a Luna Fundation Guard (LFG) alcançou o seu alvo inicial de US$3 bilhões em reservas de Bitcoin, levou apenas 5 dias para que o lastro do UST em dólar estivesse em frangalhos e a reserva de 80 mil Bitcoins foi usada em uma tentativa desesperada de salvar a moeda. A Luna despencou, iniciando um contágio de mais vendas”. 

Forte pressão em cima do bitcoin

Um termo bem conhecido no meio blockchain, quando o assunto é a queda do bitcoin, é “mineradores”. 

Os mineradores são os responsáveis pela validação das transações da criptomoeda criada por Satoshi Nakamoto. Para que possam realizar o processo de mineração, esses trabalhadores disponibilizam máquinas potentes. Por sua vez, essas máquinas fazem cálculos matemáticos e quando encontram o resultado da equação os mineradores ganham recompensas em bitcoin. 

No entanto, essas máquinas dependem de muita energia e de serem trocadas frequentemente para que o processo de mineração seja realmente competitivo. Sendo assim, os mineradores acabam vendendo BTC, para que possam arcar com os custos de suas operações.

Com grandes vendas, ver o preço do bitcoin se manter em uma linha de suporte, acaba sendo difícil. Afinal, os donos de fazenda de mineração de BTC também são grandes baleias, pois é através deles que mais unidades da criptomoeda entram no mercado. 

Logo após o colapso da Terra Classic, alguns mineradores acabaram enfrentando a pressão de venda. Cerca de 19.056 BTC foram vendidos entre maio e junho por essa comunidade forte do meio blockchain. Inclusive, em alguns momentos, as vendas foram realizadas em proporção maior que a produção mensal. 

Além disso, a pesquisa da Arcane acrescentou que o fundo negociado em bolsa Canadian Purpose Bitcoin (ETF) teve um resgate maciço de 24.510 BTC no final de junho. Ou seja, uma pressão de venda adicional foi vista no mercado. Só para exemplificar, esse resgate representou mais de 50% dos ativos do ETF.

Não podemos deixar de mencionar a empresa de Elon Musk que também teve papel nessa cena. A Tesla vendeu 29.060 BTC até o final do segundo trimestre. Three Arrows Capital (3AC), se juntou ao mundo do despejo se mantendo superalavancada e devendo aos seus credores 18.193 BTC e outras criptomoedas equivalentes a 22.054 BTC.

Retomada da alta

Apesar de todo o desespero em torno dessas vendas, a última semana foi boa para a principal criptomoeda. Nos últimos sete dias, o BTC passou por uma alta de 7% e voltou a ser negociado acima da marca de US$22.000, trazendo um alívio para seus detentores. 

Olhando os volumes de negociação do bitcoin veremos que eles permaneceram mais altos durante o bear market de de 2022, ainda mais se compararmos com o pico do mercado em alta de 2017. 

A saber, os dados da CoinGecko revelam que em 17 de dezembro de 2017, o volume diário de negociação do BTC atingiu um pico de ciclo de US$12 bilhões, enquanto a métrica em julho de 2022 foi superior a US$20 bilhões.

“Acho que o sentimento do varejo está completamente quebrado, então levará algum tempo até restaurarmos a confiança no mercado. Mas haverá alguma reversão até o final deste ano, neutralizando as liquidações”, disse Yongjin Kim, CEO da fabricante de mercado Presto Labs. 

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