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Ex-presidente do BACEN compara Banco Central à Máfia e diz que criptomoedas não trazem nada novo

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Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central do Brasil (BACEN), falou sobre sistemas de pagamentos comentando sobre o potencial do bitcoin e até comparou bancos centrais à máfia durante uma palestra no 1 BlockTrends na segunda-feira (26), no Rio de Janeiro.

Ao falar sobre o Bitcoin, Franco comparou as criptomoedas com os modernismos da história da arte, questionando se elas “são mais um destes modernismos” que não trazem uma mudança real, “ou se encerraram essa parte de experimentação e trazem alguma novidade, que é um outro paradigma”.

“Parece-me que não”, concluiu, afirmando que as criptomoedas não trazem nada de diferente.

Além disso, disse que, com exceção do Bitcoin, as outras criptomoedas são todas empresas.

“O bitcoin efetivamente domina mais de 50% do mercado e o restante são empresas de pequena capitalização, e são tratadas como tal”, declarou.

Ele também garantiu que será impossível o uso das criptomoedas sem regulamentação, independentemente de elas serem incorporadas ou não na economia:

“As criptomoedas criaram uma espécie de sensação de novo offshore, ligado ao anonimato. Bom ser for para ser isso, não vai rolar”, disse ele. “Os reguladores deste planeta vão bombardear esta ideia, e não venha com esta conversinha libertária. Não vai rolar. Não tem porque criar um faroeste financeiro monetário para acobertar crimes ou outas coisas.”

Existem opções mais simples 

Franco ainda afirmou que existem formas de pagamentos digitais mais simples e mais úteis do que o Bitcoin e as criptomoedas. Um exemplo disso, segundo ele, é o Alipay e Tecent, da China.

“O que a experiência chinesa nos mostra é que aquilo que estamos chamando de open banking é a separação do sistema de credito com o sistema de pagamentos. O open banking tem um potencial muito grande de transformar o sistema bancário, além meramente do problema de acesso” disse.

Moedas digitais emitidas por Bancos Centrais 

Durante a palestra, Franco também abordou o tema das moedas digitais emitidas por bancos centrais.

Segundo ele, nessa situação, os bancos se transformam e deixam de atuar no sistema de pagamentos. “Eles vão captar CDBs para fazer empréstimos, vão fazer spread, uma atividade diferente do que exercem hoje”, afirmou.

Além disso, os bancos passariam a ser a terceira parte da transação, o intermediário (cujo objetivo da criação do bitcoin é excluir do processo).

Na opinião de Franco, a blockchain se tornaria inútil nesse caso, pois o sistema do Banco Central “é mais confiável que qualquer outro sistema que se tem”, afirmou.

Bancos Centrais são como a máfia

De acordo com o ex-presidente do BACEN, os Bancos Centrais fazem Oferta Inicial de Moedas (ICO) o tempo todo ao colocar “papel moeda em circulação, em geral, através do Tesouro Nacional, que vai pagar os bônus ou déficit desses pedaços de papel pintado”, afirmou.

Franco ainda comparou os Bancos Centrais à máfia:

“Ambos possuem monopólio do crime, de ‘criar poder de compra do nada’ e vendem segurança melhor que a concorrência”, declarou.

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