A MinerWorld prometia retorno de até 100% sobre o valor investido, além de bônus para quem indicasse mais pessoas, os prêmios para associados era o que mais chamava atenção, como carros importados e viagens internacionais.
A empresa era comandada por Cícero Saad, Johnnes Carvalho e Hércules Gobbi, o início do ano de 2017 foi o auge da MinerWorld, o suposto ativo atraiu milhares de associados, era o que muitos investidores estavam buscando: dinheiro fácil e rápido.
A empresa dizia ter uma sede no Paraguai, e minerava criptomoedas na China, desde seu surgimento a MinerWorld tem sido acusada de esquema de pirâmide, onde os novos investidores pagavam as recompensas das pessoas que estariam no topo.
Em maio de 2017 começaram as investigações no Paraguai e em outubro, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) do Paraguai emitiu um comunicado oficial, alertando que não concedeu nenhuma autorização à empresa.
Após denúncias feitas por clientes que estavam com problemas em saques e que desconfiavam da empresa, a Polícia Federal iniciou o inquérito contra a empresa sob a acusação de crime contra a economia popular.
Os investidores começaram a reclamar cada vez mais sobre os problemas que estavam enfrentando com a empresa, problemas tradicionais de pirâmides financeiras, falta de pagamento, atrasos e a falta de transparência da empresa.
A empresa veio com uma justificativa em dezembro de 2017, dizendo que sofreu um ataque de hackers com sua conta na Poloniex e que 1500 bitcoins havia sido congelados, por isso não estavam conseguindo pagar seus clientes.
O ataque dos hackers nunca foram confirmados, a empresa fracassou na tentativa de ser transparente em março de 2018, mostrando dados dos seus ativos em um papel e os 1500 bitcoins viraram 851.
A empresa desenvolveu a Miner360, uma forma de pagar os investidores lesados o quanto antes, o plano de quitação era feito com 3 opções de recebimento.
1 – 100% em Mcash (moedas feitas pela Miner World)
2 – 50% em Mcash 50% em Bitcoins com pagamentos parcelados em 12 vezes
3 – 100% em Bitcoins com pagamentos parcelados em 24 vezes.
A moeda da empresa, Mcash, nasceu na tentativa de resolver todos os problemas da MinerWorld, sem preparação e sem documentação da Whitepaper (documento preparado em antecipação do lançamento da moeda, resume tudo que você precisa saber antes de comprar a moeda), basicamente a moeda precisava de uma certidão de nascimento e a Mcash era uma moeda sem valor.
A empresa não teve como comprovar o valor da sua moeda digital e não há transações comerciais significativas sobre a moeda, os códigos da Mcash são considerados frágeis.
A empresa sofreu um bloqueio judicial no valor de R$300 milhões e somente em janeiro de 2019 a empresa desligou as máquinas de mineração, alegando que o preço do Bitcoin e os altos custos não compensavam mais.
O CEO da MinerWorld, Cícero Saad, solicitou para a justiça a devolução de seu passaporte na véspera de seu casamento de luxo, alguns clientes afirmam que a empresa tenta esconder R$547.936.704,43 em Bitcoins da justiça.
Cícero confessou o crime e dizia fazer as falsificações pelo Corel Draw “Eu falsificava as autenticações das guias de pagamento utilizando o programa de computador Corel Draw”.
Johnnes Carvalho, um dos sócios, teve envolvimento com a empresa Multiclick, que também é acusada de ser pirâmide financeira.
Somente no Brasil, cerca de 150 mil pessoas, foram enganadas pela mineradora, infelizmente não são todos os investidores que vão conseguir os seus ativos de volta, a MinerWorld teve início em 2014 e é considerado um dos maiores golpes do Brasil.
Caso desconfie de alguma pirâmide financeira, procure mais sobre a empresa, veja quem são os sócios, localização e sua reputação no Reclame aqui e faça a denúncia para o Ministério Público. Desconfie sempre de empresas que oferecem a possibilidade de ganhar dinheiro fácil e rápido.