Logo após a explosão do mercado de NFTs, diversos artistas usaram o meio blockchain para expor suas artes. Isso fez com que muitos conseguissem um bom rendimento nesta arena. Todavia, indivíduos mal intencionados também começaram a ficar de olho na explosão de tokens não fungíveis.
Muitos agentes começaram a roubar o trabalho de artistas e vendiam essas artes no OpenSea, mercado online para NFTs, como se fossem seus.
Liam Sharp, por exemplo, é um quadrinista britânico que trabalhou na Marvel e na DC Comics. Em 17 de dezembro deste ano, o artista viu sua arte roubada e sendo cunhada no OpenSea.
A peça apontada por Sharp era um Minotauro. Ela chegou no mercado de NFTs através do usuário 7D03E7 do OpenSea. E não foi apenas o trabalho de Sharp que o usuário em questão roubou.
Outros agentes do mercado observaram que na coleção de 7D03E7 também tinha peças roubadas com nomes de outros artistas ainda neles.
Para esses fatores, alguns artistas conseguiram uma solução.
O usuário do Twitter, Batsy [@batbandage], que também teve o seu trabalho roubado, compartilhou na rede social que, ao tentar retirar sua arte do OpenSea, enviou uma reclamação através de um formulário de denúncia de conteúdo do Google.
De acordo com o artista, o Google retirou a imagem de seu trabalho roubado, sem precisar derrubar a página da empresa. Isso fez com que outros artistas se sentissem motivados a fazer o mesmo e reaver os seus trabalhos.
OpenSea possui seu próprio processo de reclamações para relatar trabalhos fraudulentos. Todavia, os usuários da plataforma expressaram que a ferramenta exige muitas informações pessoais.
Em 2021, o OpenSea conseguiu arrecadar US$16 bilhões em criptomoedas. Além disso, o relatório da ConsenSys apontou que os tokens não fungíveis foram responsáveis por 97% do volume do mercado no último trimestre.
Google deveria mesmo ter todo esse poder?
Embora o senso comum seja ter empatia pelo artista que teve sua arte roubada, a questão de o Google pode derrubar uma imagem de um site é bem preocupante, Afinal, a empresa multinacional não deveria ter esse poder sobre algo descentralizado.
Isso apenas mostra como a trajetória de projetos blockchain em uma Web2 ainda é conturbada. Apesar de estarmos em um mercado transparente e descentralizado, as mãos de regulamentos internacionais e mecanismos de busca ainda são fortes.
Isso acontece, pois estamos em ambientes que pertencem a essas potências.
Esse mercado só continuará avançando com mais artistas quando as plataformas de vendas de NFTs tiverem políticas mais severas contra as artes roubadas e entrarem, de fato, na Web3.
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