A dívida do governo dos Estados Unidos alcançou recentemente a expressiva marca de US$ 30 trilhões, cerca de 143% do PIB, valor maior do que durante a segunda guerra mundial. O endividamento do governo dos EUA está colocando em discussão a saúde financeira da nação mais poderosa do mundo.
Após os desenvolvimentos da crise financeira de 2008, a dívida dos Estados Unidos saiu de cerca de US$ 10 trilhões para US$ 30 trilhões, um crescimento de mais de 300% em pouco mais de 13 anos.
O endividamento americano foi agravado pela pandemia global, impulsionando os gastos do governo federal em cerca de US$ 5 trilhões em pacotes de estímulo à economia, ampliação do welfare state com mais gastos sociais e apoio a empresas.
Um sério problema
A dívida do governo dos Estados Unidos está alcançando patamares historicamente altos em um momento em que as taxas de juros estão artificialmente baixas.
Um aumento da taxa de juros, definido atualmente pelo FOMC, um comitê de política monetária, tende a aumentar proporcionalmente os encargos da dívida, isto é, o juros pago aos investidores que carregam estes títulos.
Contudo, segundo o economista americano Peter Schiff, conhecido por prever a crise imobiliária em 2008, um aumento suficiente nos juros pode colapsar completamente o governo dos EUA.
Segundo um tweet do economista de maio de 2020, uma elevação dos juros para 10% já seria o suficiente para o custo da dívida ultrapassar 100% dos gastos federais.
Por consequência, o estado se tornaria insolvente, incapaz de pagar funcionários, fornecedores, honrar contratos e fazer investimentos.
Neste ponto, a única fonte de financiamento do governo dos EUA seria a impressão de dinheiro, o que agravaria ainda mais a crise inflacionária do país e das demais nações e empresas atreladas ao dólar americano.
“Quando a Dívida Nacional atingir US$ 30 trilhões, se um aumento no IPC forçar as taxas de juros a subir para 10% (as taxas atingiram 20% em 1980), os juros sobre a dívida logo excederiam toda a arrecadação de impostos federais. Isso significa que um orçamento equilibrado exigiria que todos os outros gastos federais fossem eliminados!”
A rigor, os números do economista estão desatualizados, uma vez que a arrecadação federal chegou a US$ 4.8 trilhões durante o ano corrente de 2021.
Como consequência, seria necessário aumentar as taxas de juros para 16% para que o governo dos EUA se torne completamente insolvente, incapaz de pagar sequer 1 funcionário sem recorrer à criação de novo dinheiro.
Para Schiff, este cenário vai se agravar nos próximos anos.
“Provavelmente levará menos de 3 anos para a Dívida Nacional atingir US$ 40 trilhões!”
Um cenário de colapso da moeda de reserva mundial seria certamente glorioso para o Bitcoin, um dos poucos ativos descorrelacionados com a moeda americana, uma vez que praticamente todas as grandes empresas, governos, índices, dívidas, fundos e ativos estão expostos ao dólar.
Neste cenário, o bitcoin e demais ativos escassos, como ouro, commodities e terras tendem a se apreciar nominalmente em relação à moeda fiduciária em colapso.
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