O banco de investimento JP Morgan publicou um relatório na quinta-feira descrevendo as principais mudanças que espera que aconteçam na indústria de criptomoedas após o colapso da exchange FTX.
O estrategista global Nikolaos Panigirtzoglou explicou que “não apenas o colapso da FTX e de sua empresa irmã Alameda Research criou uma cascata de colapso de entidades cripto e suspensão de saques”, mas também “provavelmente aumentará a pressão regulatória e dos investidores sobre as entidades cripto para divulgar mais informações sobre seus balanços.”
“As iniciativas regulatórias existentes já em andamento provavelmente serão apresentadas.”
A União Europeia deve obter a aprovação do seu projeto de regulamentação das criptomoedas já nos próximos meses.
Quanto aos EUA, ele explicou que “iniciativas regulatórias atraíram mais interesse após o colapso do Terra”.
“Nosso palpite é que haveria ainda mais urgência após o colapso do FTX.”
“Um debate importante entre os reguladores dos EUA gira em torno da classificação das criptomoedas como valores mobiliários ou commodities”, continuou Panigirtzoglou.
O presidente da Securities and Exchange Commission (SEC) dos EUA, Gary Gensler, disse que o bitcoin é uma commodity, enquanto a maioria dos outros tokens são valores mobiliários.
“É provável que surjam novas iniciativas regulatórias com foco na custódia e proteção dos ativos digitais dos clientes como no sistema financeiro tradicional.”
Observando que muitos investidores de varejo já passaram a autocustodiar suas criptomoedas usando carteiras de hardware, o estrategista descreveu:
“Os principais beneficiários após o colapso do FTX são custodiantes institucionais de cripto… ou exchanges de criptomoedas.”
Em seguida, “é provável que surjam novas iniciativas regulatórias com foco na separação das atividades de corretagem, negociação, empréstimo, compensação e custódia, como no sistema financeiro tradicional”, acrescenta o relatório do JPMorgan.
“Essa separação terá mais implicações para exchanges que, como a FTX, combinaram todas essas atividades, levantando questões sobre proteção de ativos dos clientes, manipulação de mercado e conflitos de interesse.”
Além disso, “é provável que surjam novas iniciativas regulatórias com foco na transparência, exigindo relatórios regulares e auditoria de reservas, ativos e passivos nas principais entidades cripto”, detalhou o analista.
Outra grande mudança identificada pelo banco de investimento é que “os mercados de derivativos cripto provavelmente verão uma mudança para locais regulamentados, com o CME emergindo como vencedor”.