As notícias sobre famosos e grandes influenciadores estarem comprando ou divulgando criptomoedas se tornaram frequentes nos últimos tempos. Entretanto, a maior parte dessas pessoas estão apenas recebendo para falarem sobre esses projetos e nem sequer os apoiam, investem ou entendem do que estão falando.
Vários são os projetos que estão sendo divulgados atualmente, fazendo com que o cenário pareça um tanto quanto normal. Entretanto, muitos desses influenciadores não apontam que estão sendo patrocinados, algo exigido por lei e que acaba fazendo com que outras pessoas percam dinheiro.
Inclusive, a CNBC divulgou que diversos reguladores estão encontrando casos de influenciadores promovendo empresas fraudulentas.
O site citou o YouTuber Ben Armstrong que afirmou aceitar durante anos pagamentos de empresas de criptomoedas para a divulgação de seus novos produtos.
Com cerca de 1,5 milhão de pessoas em seu canal, Amstrong aponta se arrepender de tal prática após gerar perdas dolorosas aos seus telespectadores e afirma que, aos poucos, cada vez mais influenciadores estão se afundando neste tipo de promoção.
Promoção de projeto se tornou golpe
Em 2020, Armstrong divulgou sua parceria com uma suposta criptomoeda chamada DistX. Através dos seus vídeos, o influenciador afirmou que esse era um de seus projetos favoritos e totalmente confiável.
Apesar de afirmar várias vezes que o objetivo da criptomoeda era impedir fraudes, o que se viu posteriormente foi um grande golpe.
A moeda caiu 99% e, atualmente, é avaliada em menos de um centavo. Ou seja, quem confiou na palavra do influenciador, certamente deve ter visto seu dinheiro indo embora.
Ao ser questionado sobre se sentir responsável por tais perdas, o influenciador disse que sente este peso e odeia sempre que acaba falando algo que dá errado.
“Sim, claro que me sinto [responsável]. Eu odeio quando nós falamos sobre coisas que não dão certo.”
Inclusive, mediante ao fato, Armatrong afirmou que usou o dinheiro ganho com publicidade para reembolsar seus seguidores após a queda da moeda. Então, a partir deste acontecimento, ele decidiu não mais aceitar este tipo de promoção.
Outras histórias recentes entre influenciadores têm repetido tal acontecimento
Apesar de Armstrong afirmar que parou de aceitar este tipo de oferta de publicidade, outros influenciadores ainda tiram bastante lucro deste mercado.
A CNBC descobriu que diversas personalidades online recebem milhões de dólares neste meio. Um detetive anônimo de blockchain publicou em seu Twitter uma lista de 44 nomes que falam sobre criptomoedas no YouTube e seus preços para promoções pagas.
Inclusive, alguns deles chegam a receber US$ 65.000 por um único vídeo falando sobre tais projetos.
O jornal entrou em contato com alguns nomes e recebeu diversas respostas. Alguns apontam que os preços estavam inflados, enquanto outros afirmaram que ganharam uma faixa de US$ 1.000 por vídeo.
Ao divulgar tais fatos, o principal recado que a CNBC passa é: desconfie de todos esses tipos de promoções. Mesmo que as divulgações sejam feitas por grandes canais ou influenciadores que, por vezes, se dizem especialistas no mercado cripto, sempre desconfie destas propagandas.
Além disso, procure mais de uma fonte de informação antes de tomar qualquer atitude.
Este tipo de parceria é bastante criticado por grandes nomes do setor. Taylor Monahan, líder de produto da carteira MetaMask, por exemplo, afirmou ser totalmente oposto a todas as parcerias com influenciadores de criptomoedas.
Assim, apesar de os patrocínios serem algo essencial para os influenciadores, nunca se deve gerar receita às custas de quem tem muito mais a perder.
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