Nos últimos três anos, o Ethereum (ETH) tem lutado para se recuperar de seu recorde de preço de US$ 4.800, alcançado em 2021. Apesar dos retornos positivos acumulados em 2024, o valor da criptomoeda permanece 50% abaixo do pico histórico.
O desempenho fraco do ETH tem sido motivado por dois fatores principais: a ausência de grandes acumulações por parte dos investidores de grande porte e os desafios técnicos de interoperabilidade entre blockchains.
Baleias desinteressadas
De acordo com o analista de criptomoedas Ali Martinez, as baleias do Ethereum interromperam suas compras no início de julho, optando por redistribuir ou até mesmo vender parte de seus ativos, o que contribuiu para uma pressão descendente no preço da criptomoeda.
Além disso, os grandes investidores não mostraram interesse nos ETFs spot de Ethereum, como o mercado esperava, fazendo com que os fluxos de entrada desses produtos fossem negativos, aumentando ainda mais a força vendedora.
O problema da interoperabilidade
Além das questões de mercado, o Ethereum enfrenta obstáculos tecnológicos relacionados à interoperabilidade entre diferentes plataformas. Kyle Samani, sócio da Multicoin Capital, destacou em um podcast que os usuários do ETH frequentemente expressam frustração com o processo de bridging — a transferência de ativos entre blockchain —, devido à demora nas confirmações e às elevadas taxas de transação.
Samani explicou que a ausência de um padrão universal para interoperabilidade é um dos principais obstáculos que afetam o crescimento do Ethereum. Cada rede, como Arbitrum, Polygon e Optimism, desenvolve suas próprias soluções internas, mas elas não operam de forma harmoniosa entre si.
Para Samani, o problema é principalmente uma questão de padronização, que requer consenso entre todas as partes envolvidas. Mesmo uma proposta de Vitalik Buterin não garantiria uma implementação universal.