A brasileira JBS, maior produtora global de carnes, anunciou na quarta-feira (24) uma iniciativa para zerar o desmatamento da Amazônia utilizando a blockchain, tecnologia usada no Bitcoin (BTC).
O projeto intitulado “Juntos Pela Amazônia” contará com um fundo de R$ 1 bilhão até 2030, dedicado a financiar iniciativas para ampliar a conservação da floresta e o desenvolvimento das comunidades que nela residem.
A blockchain é parte essencial do primeiro pilar fundamental do plano de metas globais de sustentabilidade da companhia.
A tecnologia usada no Bitcoin vai muito além das criptomoedas, e será usada para monitorar toda a cadeia de suprimentos da JBS.
A companhia participa da indústria com maior responsabilidade pelo desmatamento na Amazônia, por produtores que limpam vastas áreas para pastagem dos animais e plantação de soja para alimentá-los.
Desafios na política sustentável
A JBS assumiu há mais de dez anos o compromisso de erradicar o desmatamento em toda sua cadeia de fornecimento na Amazônia.
Entretanto, em julho deste ano, a multinacional esteve envolvida em um escândalo, quando o jornal The Guardian revelou ter encontrado evidências de que a companhia transportou bois de uma fazenda de um proprietário multado em R$ 2,2 milhões pelo Ibama por desmatamento ilegal.
Na ocasião, a JBS alegou não ter acesso a informações adequadas para rastrear as propriedades que transferem os animais aos seus fornecedores diretos. Contudo, conforme reportou o UOL, em alguns casos, os próprios caminhões da companhia realizam o transporte entre estas fazendas.
A intenção é que agora, com a tecnologia blockchain, episódios como este não voltem a acontecer.
Plataforma blockchain
Por meio da iniciativa Plataforma Verde, que cruza informações dos fornecedores da companhia com dados de trânsito de animais usando a tecnologia blockchain, as informações serão monitoradas garantindo a confidencialidade, segurança e transparência.
“A nova tecnologia permitirá estender aos demais elos da cadeia produtiva o monitoramento socioambiental que já é feito nos fornecedores da JBS na Amazônia, passando a identificar, monitorar e analisar também os fornecedores dos fornecedores diretos da Companhia”, diz a JBS.
A iniciativa terá quatro fases, sendo que na primeira, que vai até dezembro de 2020, a plataforma blockchain será concluída.