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Jorge Stolfi diz, “tecnologia bitcoin e blockchain é lixo”

No início de maio (04), Jorge Stolfi, professor de ciência da computação da Universidade de Campinas (Brasil), postou um tweet em inglês:

“Todo cientista da computação deve ser capaz de ver que as criptomoedas são sistemas de pagamento totalmente disfuncionais e que a “tecnologia blockchain” (incluindo “contratos inteligentes”) é uma fraude tecnológica. Eles poderiam, por favor, dizer isso em voz alta?”

O professor agora tem mais de 10.000 seguidores. No mundo da ciência da computação, os 1.500 retuítes e 7.000 curtidas que sua mensagem recebeu foram o equivalente a se tornar viral.

À época sua declaração não causou tanta comoção, mas no chamado “inverno cripto”fe de hoje, com o valor do bitcoin na casa dos US$ 20.000, sua declaração uma nova relevância.

Essa declaração de Stolfi foi a força motriz para uma carta assinada por 1.500 especialistas, que foi entregue ao Congresso dos EUA. Entre os assinantes temos o professor de Harvard Bruce Schneier e Kelsey Hightower, engenheira principal do Google Cloud.

Nessa semana, o professor de ciência da computação deu uma entrevista ao jornal El País.

Entrevista com Jorge Stolfi

Na reportagem é questionado sobre seu tweet, a carta ao Congresso Americano, e sua opinião sobre a tecnologia blockchain. Abaixo estão alguns trechos desse bate papo entre o Stolfi e o portal de notícias:

Para o professor o seu tweet ajudou muitos a entenderem os riscos do setor blockchain e cripto:

“A atitude comum dos meus colegas é: ‘O Bitcoin e a tecnologia blockchain não me interessa, tecnologicamente é um lixo. Eu vou continuar fazendo minha própria pesquisa’, o tweet acordou algumas dessas pessoas.”

Ao perguntar se o bitcoin é “um lixo”, porque há uma alta soma de dinheiro investido no setor. Ao que a resposta do entrevistado é: o sentimento de culpa de muitos que ajudaram o mercado a crescer, mas agora percebem os riscos. O que os levou a assinar a carta ao Congresso Americano:

“é por isso que as pessoas se sentiram culpadas o suficiente para assinar a carta. Por exemplo, um dos signatários é um professor de Berkeley. Em seu departamento, há outro professor que tem uma empresa de blockchain. Não sei como funciona a política interna das universidades, mas é comum os professores não falarem em público sobre o que os outros colegas estão fazendo, mesmo quando é algo muito ruim.”

Outro fator apontado por Stolfi é o problema de centralização na rede do bitcoin. E evidencia isso ao salientar que boa parte da mineração da criptomoeda se concentra em poucas “mãos”.

“O Bitcoin tem seis pools que controlam 80% do poder de mineração. Portanto, eles podem controlar o que entra nos blocos”

Lucro com bitcoin é pirâmide

Para o professor da Unicamp todo o sistema de lucro do Bitcoin é “uma pirâmide” e se configura como tal porque é sempre necessário que alguém “chegue depois” para comprar o Bitcoin que alguém comprou inicialmente.

“A única maneira de tirar dinheiro do Bitcoin é vendê-lo para outra pessoa. Quando você faz isso, alguém concorda em comprar seu Bitcoin por um preço maior. Se você comprar ou vender de outro investidor, isso não altera o total de dinheiro que existe: você recebe o dinheiro que o outro coloca.”

Outro grande problema do setor é a falta de conhecimento da maioria dos investidores, que não entendem no que estão investindo, segundo ele.

“Isso é exatamente o que está acontecendo na indústria de criptomoedas. poucas pessoas parecem saber que há dinheiro vindo de investidores e dinheiro saindo para os criadores de vários esquemas e mineradores. Esses esquemas de pirâmide entram em colapso quando não há mais tolos para enganar.”

Relativo ao uso das criptos para pagamento, referente ao seu tweet original, no qual fala que elas não são úteis como meio de pagamento, a resposta é:

Não são comparáveis ​​a sistemas de pagamento como cartões de crédito ou Paypal. Bitcoin tem um limite de quatro transações por segundo. A Visa faz 10.000 por segundo. O Bitcoin não chega a 400.000 em um dia e há quatro milhões de pessoas usando: isso implica um pagamento por usuário a cada 10 dias. Não pode ser um sistema de pagamento comercial significativo.

A entrevista ainda se estende abordando outros temas como: a descentralização, a ausência de governos, web3, NFTs. Também engloba a associação feita entre o bitcoin e ou ouro físico, além de falar sobre segurança e perigos.

E o que você acha sobre opinião de Jorge Stolfi sobre o bitcoin? Deixe seu comentário abaixo.

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