A crise enfrentada pela corretora brasileira de criptomoedas 3xBit tomou novas proporções com uma decisão da Justiça de bloquear mais de R$ 6 milhões da empresa.
Sem pagar seus clientes desde setembro deste ano, a reputação da exchange tem sido seriamente afetada, chegando a atingir até a EletroPay, empresa de pagamentos de seu fundador, Saint Clair Izidoro.
Em ação movida por um cliente afetado pelo bloqueio nos saques da empresa que lançou um sistema de aluguel de bitcoins (leasing), que prometia até 10% de lucro para os investidores, foi pedida uma tutela de urgência com o objetivo de receber o dinheiro preso na plataforma.
Segundo consta no processo, a corretora deve ao investidor R$ 5.123.485,78, acrescidos de R$ 1.053.388,67 de multa contratual – totalizando R$ 6.176.874,45.
Ao analisar o caso, a juíza Karine Pereti de Lima Antunes da 21° Vara Cível de Curitiba, determinou o bloqueio do montante total devido pela empresa, bem como o bloqueio de veículos.
“a) Promova-se o bloqueio judicial de ativos via BACENJUD, RENAJUD nos termos dos pedidos a.1, a.2, a.7.1;
b) Oficie-se conforme pedido a.3; a.7;
c) Lavre-se restrição junto ao CNIB conforme item a.4;”
As restrições serão registradas na Central Nacional de Indisponibilidade de Bens. Outras corretoras brasileiras deverão informar sobre a existência de criptoativos pertencentes a 3xBit e demais pessoas relacionadas à empresa que estejam armazenados em suas carteiras.
Em 31 de outubro, a 3xBit demitiu 40% de seus funcionários. Segundo a corretora, a medida faz parte de “um processo de reestruturação do grupo, com foco na otimização dos serviços”.
A investidora Camila Farani, que pretendia aplicar R$ 3,2 milhões na EletroPay, empresa de pagamentos do dono da 3xBit, desistiu ao saber que os clientes da corretora não estão sendo pagos.