A empresa de investimentos em criptomoedas ArbCrypto e seu embaixador, o ex-jogador de futebol Marcos Evangelista de Moraes, conhecido como Cafu, tiveram R$9 milhões bloqueados em decisão do Tribunal de Justiça de Goiás, conforme reportou o CriptoFácil.
A determinação é decorrente de um processo do Instituto Brasileiro de Estudo e Defesa das Relações de Consumo de Goiás (IBEDEC/GO) contra a empresa suspeita de pirâmide financeira.
Na ação, a instituição defende os clientes da empresa que não recebem os rendimentos prometidos ou têm acesso às quantias investidas desde 2019.
Aureliano Albuquerque Amorim, juiz da 4° Vara Cível de Goiânia/GO, decidiu na última terça-feira (21), a favor dos clientes, apontando que o negócio “oferta vantagens absurdas para a aplicação de valores” e “parece mesmo assemelhar-se ao sistema de fraude denominado ‘pirâmide’”.
A Arbcrypto prometia até 2,5% de lucro ao dia por meio dos investimentos em criptomoedas. Segundo o magistrado, a escolha de criptomoedas para o esquema é proposital, pois os ativos são “um sistema de difícil compreensão para a grande parte da população e por isso ideal para utilização na pirâmide”, declarou.
Dessa forma, Amorim decidiu a favor do IBEDEC e determinou o bloqueio de R$3 milhões de cada um dos réus, sendo os dois sócios Alexandre Cesário Kwok e Enéas Tomaz, da ArbCrypto, assim como do ex-jogador Cafu – totalizando R$9 milhões, além do bloqueio dos bens móveis e imóveis dos réus.
O juiz também ordenou a retirada do site da empresa do ar, argumentando que este “não possui as mínimas informações para segurança do consumidor”.
Investigação
Em novembro do ano passado, o Criptonizando reportou que a Polícia Civil de São Paulo abriu um inquérito para investigar a ArbCrypto, e cerca de 50 clientes foram ouvidos na época, segundo o 1° Distrito Policial de Barueri.
A Arbcrypto teria sede em Belize, paraíso fiscal localizado na América Central. Em um vídeo, em 9 de agosto de 2019, Cafu se declara embaixador da empresa.