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Justiça não encontra mais de R$ 70 milhões em bitcoins da Indeal

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Vários órgãos da Justiça, incluindo a Receita Federal, realizaram uma investigação detalhada nas contas da Indeal — empresa acusada de operar uma pirâmide financeira, e descobriram um rombo de R$ 70 milhões, de acordo com publicação do LiveCoins nesta terça-feira (13).

As informações que a empresa forneceu à Justiça diziam que a fortuna, registrada nos dados contábeis da empresa em 2018, havia sido investida em criptomoedas como bitcoin.

No entanto, o montante, equivalente à mais de 161 bitcoins, pode não existir.

Segundo os dados da empresa, havia um aporte de R$ 50 milhões e outro de R$ 20 milhões que poderiam estar armazenados em bitcoin, mas depois investigar contas bancárias e corretoras de criptomoedas, as autoridades não encontraram os valores.

O aporte de maior valor foi lançado como uma entrada em reais, e posteriormente seria investido em criptomoedas. Já o aporte de R$ 20 milhões seria resultado de lucros obtidos com a venda de BTC.

Contudo, a Justiça afirma que os lucros teriam sido inventados:

“Em outras palavras, a empresa criou artificialmente, em sua contabilidade, um ganho de 50 milhões em uma aplicação que não possuía, ou possuía em valores muito inferiores a este”, afirma. “O que é pior, analisando a flutuação da cotação do bitcoin, verifica-se, em realidade, que tal ativo desvalorizou-se significativamente no período em questão”.

A Justiça argumenta que seria difícil obter lucro em um momento de grande desvalorização do mercado, quando o preço do BTC chegou a cair mais de 80%, tornando, assim, os ganhos improváveis.

Caso Indeal

A empresa foi fechada após a realização da Operação Egypto, da Polícia Federal em conjunto com a Receita Federal em maio deste ano.

A polícia cumpriu 25 mandados de busca e apreensão em cinco cidades gaúchas e em Santa Catarina e São Paulo. Dez pessoas foram presas durante a operação e 15 foram indiciadas por participação nos negócios da empresa que operava irregularmente no Brasil.

Mais de 50 mil pessoas foram vítimas do negócio, que atuava em quase todos os estados do país, exceto Roraíma, e pode ter movido mais de R$ 1 bilhão.

As autoridades identificaram o uso indevido de investimentos pelos sócios e outros envolvidos da empresa, que tiveram um aumento escandaloso de seu patrimônio, indo “de menos de R$ 100 mil para mais de R$ 30 milhões”.

No final de julho, a Justiça Federal aceitou a denúncia contra 15 pessoas envolvidas no esquema.

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