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Monero (XMR): Entenda como funciona a criptomoeda de privacidade

Pesquisa “Lord of the Rings” testou a privacidade e segurança do Monero

Descubra o que é e como funciona o Monero (XMR), principal criptomoeda focada em privacidade e anonimato.

O Bitcoin (BTC) surgiu em 2009 como a primeira criptomoeda descentralizada funcional. Ao longo dos anos, o projeto foi sendo melhorado, com novas funcionalidades sendo adicionadas ao protocolo.

Mas com o passar do anos, novos protocolos de criptomoedas foram sendo lançados no mercado, atendendo a demandas que o Bitcoin originalmente não era capaz de resolver. Por exemplo, na rede principal do BTC, todas as transações são públicas e visíveis, o que torna o uso on-chain consideravelmente menos privado.

Ao longo do texto, você entenderá quais as principais diferenças entre o Monero e o Bitcoin, e porque o XMR bate de frente com a principal criptomoeda quando o assunto é privacidade e anonimato.

A história do Monero

O artigo CryptoNote, escrito pelo programador Nicolas Van Saberhagen em 2013, descreveu como uma criptomoeda anônima poderia funcionar de maneira segura. O artigo chamou a atenção da comunidade de programadores e criptógrafos no ano seguinte.

Então, em 2014, o protocolo foi desenvolvido com o nome Bitmonero. No entanto, o projeto começou a desagradar grande parte da comunidade devido a decisões controversas. A rede, uma semana após o lançamento, passou por modificações e começou a ser chamada de Monero, que significa moeda em esperanto, uma língua internacional.

Desde então, o criptoativo cresceu exponencialmente. Inicialmente sendo cotado a poucos centavos, o XMR vem sendo negociado nos últimos anos na faixa dos centenas de dólares.

Preço do Monero (XMR). Fonte: Coinmarketcap.

Como funciona o Monero?

O Monero utiliza técnicas de criptografia fortes, como as Provas de Conhecimento Zero, para ofuscar detalhes sensíveis das transações, como remetente, destinatário e o valor enviado. 

A ofuscação dessas informações impedem o rastreio de endereços e de moedas, bem como melhoram a privacidade dos usuários em pagamentos. 

De modo geral, o protocolo do Monero é bastante semelhante ao do Bitcoin. Ambos funcionam com base no mecanismo de consenso de Prova de Trabalho (PoW). Portanto, as transações são processadas por meio de mineradores que dedicam poder computacional para proteger a rede.

O algoritmo de mineração utilizado no protocolo é o RandomX, que é otimizado para permitir que processadores pessoais sejam utilizado na mineração de criptomoeda, limitando o uso de ASICs.

A emissão de XMR não é limitada a 21 milhões de unidades, como o Bitcoin. A rede opera com uma emissão muito semelhante ao Bitcoin. No entanto, haverá uma emissão de calda de 0,6 XMR por bloco indefinidamente. Esta emissão é destinada a recompensar os mineradores ao longo do tempo quando as recompensas de bloco se tornarem muito pequenas.

É possível armazenar e enviar XMR através de diversas carteiras de confiança, como a Monero Wallet.

Bitcoin vs Monero

De modo geral, os protocolos Monero e Bitcoin são bastante semelhantes. Ambos são de código aberto, descentralizados, auditáveis e baseados em mineração. No entanto, algumas diferenças se destacam.

O bloco do Bitcoin é limitado a cerca de 4MB (após a atualização Segwit). Este limite impede que muitas transações on-chain sejam adicionadas ao bloco, o que tende a pressionar constantemente as taxas de transação para cima.

No futuro, quando a emissão de bitcoin estiver próxima a zero, as taxas de transação na rede principal do BTC deverão custar algumas dezenas de dólares para manter o alto hashrate da criptomoeda para financiar os mineradores. 

Por outro lado, os blocos de transações do Monero são dinâmicos, e variam conforme a demanda de transações legítimas na rede. O protocolo cria penalidades para mineradores que criam blocos excessivamente grandes ou pequenos para impedir spam ou ataques. Por conta disso, é possível fazer transações de XRM pagando alguns centavos.

É importante notar que a criptografia utilizada no Monero faz com que as transações sejam consideravelmente maiores do que de redes blockchains públicas. Por conta disso, as transações de XMR são consideravelmente mais caras do que em redes como Bitcoin Cash.

Leia mais: Bitcoin Cash (BCH): O que é e como funciona?

Soluções de privacidade do Bitcoin

Nos últimos anos, esperava-se que o Bitcoin resolvesse os problemas de privacidade do protocolo. No entanto, ser anônimo com bitcoin é uma tarefa consideravelmente mais complexa e cara.

Os mixers ou coinjoins, por sua vez, ajudam a anonimizar as moedas. No entanto, ainda há probabilidade de as moedas serem rastreadas. Além disso, o custo de uma transação on-chain tende a crescer com o tempo, o que torna os mixers mais caros e menos eficientes do que poderiam ser, pois há menos pessoas tentando anonimizar suas moedas.

A Lightning Network (LN), rede de segunda camada que propõe pagamentos rápidos, baratos e com maior privacidade com bitcoin, também está se mostrando uma solução pouco atraente para os usuários finais. 

Utilizar a LN de maneira soberana pode ser uma tarefa complexa e cara, visto que é necessário abrir e fechar canais, que têm custos semelhantes à transações on-chain. Além disso, a rede ainda conta com pouca liquidez e aceitação. 

Atualmente, pouco mais de 4 mil bitcoins estão bloqueados na LN. Transações um pouco maiores (como milhares de reais) já possuem altas chances de falhar. Por conta disso, grande parte dos usuários da LN utilizam carteiras custodiais, como a Wallet of Satoshi.

Futuro do Monero

O Monero ganhou muito destaque no mercado de criptomoedas nos últimos anos, com o token sendo bastante utilizado quando se é necessário grande privacidade.

No entanto, o monero está sendo efetivamente banido de diversos países devido ao seu alto nível de privacidade. Os reguladores argumentam que a criptomoeda impede o rastreio dos fundos e facilita atividades ilícitas.

Por exemplo, a Autoridade Reguladora de Ativos Virtuais de Dubai (VARA) proibiu todas as atividades envolvendo criptomoedas de privacidade, como Monero (XMR) e Zcash (ZEC).

“Qualquer ofuscação dos fluxos de fundos representa um desafio para a detecção de atividades ilícitas, por isso não é surpreendente que os reguladores reajam fortemente a esses tipos de classes e mecanismos de ativos”, disse o regulador.

O futuro do monero deve ser definido entre uma crescente repressão regulatória e aumento no uso em diversos segmentos.

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